O isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19 fez o número de vendas pela internet crescer em mais de 70%. Diante deste cenário, a procura por centros logísticos mais modernos aumentou. O impacto do crescimento repentino do comércio eletrônico "forçou" operadoras e outros elos da cadeia logística a olharem para o setor de locação de galpões como uma melhor opção para atender ao novo perfil de entregas. Com isso, as locações desses espaços tiveram um aumento de 134% entre janeiro e setembro, em relação a igual período de 2019. Um total de 3 milhões de m2, 58% dos quais locados para o comércio eletrônico. Grandes empresas estão otimistas e apostam na continuidade do crescimento desse segmento em 2021.
Foto: Divulgação-Daniel Castelo Branco
A demanda vem aquecida especialmente por parte de empresas que precisam ampliar os centros de armazenagem e distribuição de mercadorias, para dar conta do salto do comércio eletrônico na quarentena. Só no primeiro semestre, a quantidade de galpões alugados no Estado de São Paulo, por exemplo, foi equivalente a 76% do realizado em todo o ano de 2019. As locações atingiram 394 mil metros quadrados no primeiro semestre.
Entre as empresas que contrataram novos espaços nos últimos meses estão Mercado Livre, Amazon, Lojas CEM, Leroy Merlin e a Kuehne + Nagel (multinacional suíça de transporte e logística). Juntas, elas representam aproximadamente um quarto das locações no segundo semestre deste ano.
A empresa carioca Araguaia Empreendimentos, dos empresários Leonardo e Leandro Martins de Almeida, que está há mais de 10 anos atuando nesse nicho de mercado de construção para locação e venda de galpões logísticos, atendendo empresas de todos os portes, confirma que o setor está aquecido e a expectativa é que 2021 registre um aumento duas vezes maior. "O que faz esse mercado permanecer em alta é o fato de os principais locatários serem empresas que não estão sendo afetadas negativamente pela pandemia, como alimentos e bebidas, bens de consumo, farmacêuticas e comércio eletrônico", explica Leonardo Martins de Almeida, CEO da Araguaia Empreendimentos.
Os irmãos Leonardo e Leandro Almeida, empresários do setor, esperam dobrar a demanda em 2021. Foto: Divulgação-Ricardo Amaral
São empreendimentos que exigem conhecimento técnico, desde a escolha do local até os sistemas construtivos. No atual cenário, este setor é uma das melhores alternativas para empresas que precisam de mais espaço para armazenar mercadoria e manter suas atividades aquecidas. "Por ser mais econômico, prático e vantajoso encontrar um lugar já pronto para receber operações logísticas e estoques, evita que a empresa disponha de um valor alto para investir no espaço", ressalta Leandro Martins de Almeida, CEO da Araguaia Empreendimentos.
Nos próximos dias, a empresa vai entregar na Rodovia Amaral Peixoto, em Macaé, município do Rio de Janeiro, um galpão de 26 mil m2 de área total, sendo mais de 11 mil m2 de área construída, que será um supermercado da rede Dom Atacarejo, importante para a região. "Ganha o consumidor final e a população local. Um empreendimento deste porte gera oportunidade de emprego para a população local", destaca o CEO da Araguaia Empreendimento.
A excelente notícia é que as demandas relacionadas à logística vão seguir crescendo em 2021, dando um sinal de que o setor sairá fortalecido da crise. O setor de e-commerce, por exemplo, continuará colhendo frutos.