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Células-tronco reduzem em 60% as doses de insulina em gato diabético

atá nasceu gordinho e passou quase sete anos de dieta, sem sucesso; terapia alternativa trouxe melhora significativa e mais qualidade de vida

Por Portal Eu, Rio! em 19/12/2020 às 09:00:00

O gato Tatá. Foto: Divulgação

Quem não morre de fofura por um gatinho gorducho? Impossível não se apaixonar, não é? Mas, por trás de tanta gostosura, podem estar mascarados sérios problemas de saúde!

O gato Otávio Augusto, o Tatá, de 10 anos e meio, é um exemplo típico! Desde os três dias de vida, já era o dobro do tamanho dos outros irmãozinhos da mesma ninhada. "Resgatei o Tatá ainda dentro da barriga da mãe. A gata era de um vizinho, que se mudou e a abandonou grávida, com dois filhotes da primeira ninhada. Recolhi os gatos, e o Tatá acabou nascendo dentro da minha casa. Desde filhotinho já era gordinho", contou a médica e tradutora Eliseanne Nopper, 56, tutora dos felinos.

Segundo ela, conforme o tempo foi passando, Tatá foi se tornando um gato obeso. Chegou a pesar 13 quilos. "Fizemos várias dietas, com acompanhamento de um veterinário endocrinologista, mas a única coisa que conseguimos foi uma lipidose (doença que acomete o fígado dos felinos e é caracterizada pelo acúmulo de gordura), que quase o matou", lembrou.

O problema se agravou há três anos, quando Tatá perdeu uma irmãzinha para uma doença renal. "Ele era grudado nela! Ficou com um nível superalto de cortisol pelo estresse e começou a desenvolver diabetes. A ninhada toda teve problemas renais. Só o Tatá é que tinha os rins mais preservados, mas, em compensação...", lamentou a tutora, considerando a condição de saúde do bichano.


Tatá no seu lar. Foto: Divulgação

A primeira vez que o animal foi submetido ao tratamento com insulina teve uma resposta positiva. Ele ficou bem por um bom tempo, mas, um ano depois, sua outra irmãzinha faleceu, e o diabetes descompensou novamente. A partir daí, sua saúde foi só piorando, e outros problemas aparecendo. Chegou a tomar 20 unidades de insulina por dia.

Devido ao excesso de peso, Tatá sofria também com dores na coluna e, pelo fato de o diabetes continuar se mantendo, passou a desenvolver uma neuropatia. "Foi quando ele começou a andar com uma pata caída. Não conseguia mais correr, subir nos móveis e não brincava mais. Cheguei até a fazer uma rampa para ele subir no sofá", disse Eliseanne. Acupuntura e analgésicos conseguiam aliviar um pouco as dores, mas o sofrimento de Tatá e também da tutora só aumentavam.

Sua salvação foi a terapia com células-tronco. A médica veterinária Marina Alvarenga, especialista em cultivo e terapia celular da Omics Biotecnologia Animal, diz que o caso de Tatá é um excelente exemplo de como as células-tronco podem melhorar a qualidade de vida dos animais e auxiliar na diminuição de medicações em casos de doenças crônicas. “É importante entender que em muitas doenças, principalmente as crônicas, não podemos promover a cura, mas as células-tronco desempenham um papel importante na melhora do estado geral do animal e na regulação das doses de medicamentos, como a insulina, como no caso do Tatá, melhorando, assim, a resposta ao tratamento terapêutico.”

"Nas três primeiras aplicações de células-tronco, o diabetes melhorou muito, embora Tatá continuasse a ter dores na coluna e dificuldade de locomoção. Pelo menos, conseguimos diminuir as doses de insulina", falou a tutora.

"Depois da quinta aplicação, se recuperou absurdamente. Começou a ficar mais ativo, andar melhor, e o diabetes foi melhorando cada vez mais", continuou.

De quatro meses pra cá, Eliseanne está só comemorando. "Tatá voltou a levantar a pata para andar, a subir nos móveis sem auxílio da rampa e já perdeu três quilos. Tudo está melhor. Embora ainda esteja gordo, Tatá é praticamente um gato normal. A cada visita mensal ao veterinário, percebemos que ele perde peso. Já está até correndo atrás dos irmãos".

Otávio Augusto continua com o tratamento com células-tronco e as doses de insulina já foram reduzidas em 60%. "Parece até um milagre, mas é a ciência", concluiu a tutora.


A tutora de Tatá, Eliseanne. Foto: Divulgação

Terapia alternativa

As células-tronco estromais multipotentes, também chamadas de células-tronco mesenquimais (CTM), são células encontradas em todos os tecidos adultos. Em medicina veterinária, as principais fontes para obtenção das CTM são o tecido adiposo e a medula óssea.

O efeito terapêutico das CTM já é bem descrito em diversos estudos científicos, tanto na medicina veterinária como na de humanos e se baseia em três princípios de ação:

? 1- Reposição tecidual pela diferenciação celular

? 2- Imunomodulação e efeito anti-inflamatório

? 3- Secreção de moléculas bioativas que promovem a regeneração

São aplicadas por via endovenosa ou no local da lesão. Geralmente, são feitas de uma a três aplicações, com intervalos regulares e acompanhamento contínuo. No entanto, tudo depende do caso e da melhora do pet. Num paciente idoso e em doenças crônicas, por exemplo, a quantidade de aplicação é maior.

A terapia é indicada para várias doenças, como diabetes, cinomose, displasia coxofemoral, insuficiência renal crônica, aplasia de medula, lesões na coluna e até mesmo para problemas oftalmológicos.

Sobre a Omics

A Omics Biotecnologia Animal é uma startup brasileira que desenvolve material biológico constituído por células-tronco para a medicina veterinária como alternativa terapêutica para melhorar a qualidade de vida e promover maior longevidade a animais com lesões ou doenças de difícil resolução ou sem resposta satisfatória ao tratamento convencional.

A terapia celular - disponível para tratamento em cães, gatos e cavalos - reduz dor, inflamação e morte celular, restaura qualidade de vida, movimentos e função dos órgãos e auxilia a regeneração de tendões, ligamentos, cartilagens e ossos. A empresa atua em todo o Brasil e já tratou mais de 2.000 animais em 6 anos de existência.

A equipe é composta por médicos veterinários com mestrado, doutorado e anos de experiência na área de biotecnologia. Fernanda Landim é médica veterinária pela Unesp, com mestrado e doutorado pelo Instituto de Biociências e Genética da Unesp e pós-doutorado pela Universidade do Colorado. É pesquisadora e especialista em biotecnologia de reprodução animal e cultivo e terapia celular e uma das sócias. Marina Landim e Alvarenga é médica veterinária, mestra em biotecnologia animal e diretora executiva da Omics, trabalha com terapia celular desde 2008 e é especialista em fisioterapia animal. A equipe conta ainda com a participação de Beatriz Linde Feijó, médica veterinária pela Unesp, com intercâmbio na Monash University, em Melbourne, na Austrália, e Luciana Midori Murata, também graduada pela Unesp.

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