O Bahia contratou um serviço de perícia para averiguar o que Índio Ramírez teria dito na discussão com o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, na partida de domingo (20), no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.
O meia do Tricolor baiano é acusado por Gerson, meia do Flamengo, de racismo. Ele teria dito ao camisa 8 rubro-negro a frase "cala a boca, negro", o que gerou uma revolta do jogador no segundo tempo da partida no Rio de Janeiro.
Mas, segundo os laudos da perícia contratada pelo Bahia, divulgados inicialmente pelo GloboEsporte.com, o jogador colombiano não chamou Bruno Henrique de "negro".
Ele teria provocado o atacante flamenguista com a frase "tá quanto", em referência ao placar do jogo.
"Inicialmente nós conseguimos ver que ele (Bruno Henrique) fala para Ramírez: 'arrombado' e depois 'gringo de m...'. Posteriormente, na sequência, quando vem aquela conduta de ambos os jogadores, Ramírez pergunta: 'qué pasó?'. Que é o mesmo que perguntar qual é o problema, o que você está querendo. 'Qué pasó' é chamar para a briga", explicou o especialista em leitura labial Eduardo Llanos.
"Com a mão, ele faz o gesto, que significa que você é um fanfarrão, um falador, você fala o que não sabe, o que não conhece. Para irritar o jogador. E posteriormente, ele fala 'tá quanto?', 'tá quanto?', separado. A palavra correta seria 'está quanto'", falou Llanos.
O momento analisado pela perícia contratada pelo Bahia acontece aos 20 minutos do segundo tempo, quando o Bahia já vencia por 3 a 2. Ou seja, é depois da discussão entre Ramírez e Gerson, ocorrida logo aos 6 minutos da etapa final.
A versão obtida pelo Bahia é diferente do laudo do Flamengo, que apontou que o colombiano teria dito "fala muito, seu negro" para Bruno Henrique, na mesma discussão. O caso segue se arrastando.
Gerson prestou depoimento em uma delegacia carioca na última terça-feira (22). Ele voltou a comentar a ofensa racial sofrida nesta quarta (23). Já Ramírez gravou um vídeo na segunda (21) para negar que tenha sido racista com o jogador do Flamengo.