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Corpo da juíza morta no Rio será cremado neste sábado

Presidentes do STF e da Associação dos Magistrados lamentam crime

Por Portal Eu, Rio! em 25/12/2020 às 18:10:23

O corpo da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, será cremado neste sábado (26), às 10h30, em cerimônia no Crematório e Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, zona portuária do Rio. A juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) foi assassinada nesta quinta-feira (24), véspera do Dia de Natal, pelo ex-marido Paulo José Arronenzi, de 52 anos, preso em flagrante.

A magistrada foi esfaqueada no momento em que entregaria as três filhas que tinha com Arronenzi para passar o Natal com ele. Ela chegou a pedir medida protetiva contra o ex-marido, mas depois retirou o pedido. A escolta era feita pela segurança do Tribunal de Justiça.

Em nota, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux, lamentou a violência contra a juíza, morta na presença das filhas e impossibilitada de reação. Ele destaca que o STF e o CNJ "unem-se à dor da sociedade fluminense e brasileira e à dos familiares da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, magistrada exemplar, comprometendo-se, nessa nota pública, com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar a violência doméstica contra as mulheres no Brasil".

Em outro trecho da nota, o ministro lembra que "tal forma brutal de violência assola mulheres de todas as faixas etárias, níveis e classes sociais, uma triste realidade que precisa ser enfrentada, como estabelece a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, Convenção de Belém do Pará, ratificada pelo Brasil em 1995".

"Lamentamos mais essa morte e a de tantas outras mulheres que se tornam vítimas da violência doméstica, do ódio exacerbado e da desconsideração da vida humana. A morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, no dia 24 de dezembro de 2020, demonstra o quão premente é o debate do tema e a adoção de ações conjuntas e articuladas para o êxito na mudança desse doloroso enredo. Pela magistrada Viviane Vieira do Amaral Arronenzi. Por suas filhas. Pelas mulheres e meninas do Brasil", conclui Fux.

Amaerj

O presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio (Amaerj), Felipe Gonçalves, repudiou o crime em nome da entidade e no dele, na condição de colega, magistrado e dirigente de associação de classe. "A Amaerj está à disposição da família, com quem já estamos em contato. A doutora Viviane Amaral não será esquecida", disse Gonçalves.

Ele informou ter conversado com o secretário de Polícia Civil do Estado do Rio, Alan Turnowski, e com o delegado Pedro Casaes, que esteve no local do crime. "Posso afiançar: esse crime não ficará impune. O feminicídio tem o repúdio veemente da sociedade brasileira. O Brasil precisa avançar. O que ocorreu nesta quinta-feira na Barra da Tijuca é absolutamente inaceitável", afirmou.

Nota de pesar do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), integrante do sistema de Justiça, manifesta seu mais profundo pesar pela morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). A Procuradoria-Geral de Justiça manifesta a sua solidariedade à família, colegas e amigos da magistrada, ao presidente do Tribunal de Justiça e Associações da Magistratura aos quais envia suas condolências.

Viviane Vieira do Amaral Arronenzi integrava a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro havia 15 anos. Atualmente, trabalhava na 24ª Vara Cível da Capital. Antes, atuara na 16ª Vara de Fazenda Pública.

Segundo informações da Polícia Civil, o autor do crime é o ex-marido da juíza, Paulo José Arronenzi, de 52 anos, preso em flagrante. O MPRJ, por meio da Promotoria de Justiça com atribuição, irá acompanhar a investigação deste bárbaro crime e repudia o feminicídio.

Apesar de todos os esforços, os casos de agressão e feminicídio se repetem no estado e no país. A instituição detém um Núcleo de Violência Doméstica com atuação junto ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais (CAO Criminal/MPRJ), que recebe comunicações através da Ouvidoria (127), presta apoio às Promotorias de Justiça e promove ações e debates sobre a Lei Maria da Penha, a construção de redes para atenção à mulher e formas de atendimento direto às vítimas por serviços especializados.

Fonte: Agência Brasil

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