No último dia 20 de dezembro, domingo, mergulhadores encontraram, pela primeira vez, um peixe-leão no mar do Arquipélago de Fernando de Noronha, em rochas próximas à Praia da Conceição, a 28 metros de profundidade.
A descoberta, no entanto, não é animadora, muito pelo contrário, afinal, a espécie considerada uma invasora predatória. Com espinhos venenosos, o peixe-leão pode causar grandes desequilíbrios marinhos nos locais onde se abriga.
Após ser descoberto, o animal foi encaminhado até a sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Lá, nos próximos dias, deve ser criado um protocolo mais forte para o monitoramento da espécie.
Em entrevista ao site UOL, o coordenador do projeto Golfinho Rotator, Flávio Lima, explica a preocupação com a presença do peixe-leão na região. "Ele é uma espécie exótica e invasora, com grande potencial adaptativo às áreas onde não são nativas, por não terem predadores naturais. E, assim, compete agressivamente com espécies nativas".
"Noronha, por ser uma área até certo ponto isolada, tem uma fragilidade muito grande em relação aos ecossistemas recifais. Por isso que a presença do peixe preocupa. Provavelmente outros podem aparecer e é preciso um monitoramento sistemático das áreas recifais, seguido de um programa de manejo, para captura e retirada desse animal de um ambiente onde ele é um invasor", diz.
“Caso aumentem as aparições, pode causar impactos em várias esferas: ecológicos, como matar espécies nativas e diminuir a cobertura dos corais; sociais, como diminuir a pesca; e até econômicos, como afetar o turismo”, explica Pedro Henrique Pereira, pesquisador-diretor do Projeto Conservação Recifal (PCR).