Um juiz britânico decidiu nesta segunda-feira contra a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, concedendo ao fundador do WikiLeaks uma grande vitória contra as autoridades americanas que o acusaram de conspirar para hackear computadores do governo e violar a Lei de Espionagem com a liberação de comunicações confidenciais em 2010 e 2011.
Assange, 49 anos, foi indiciado em 2019 por 17 acusações de violar a Lei de Espionagem por seu papel na obtenção e publicação de documentos militares e diplomáticos secretos, atos que poderiam resultar em uma sentença de até 175 anos de prisão se ele fosse considerado culpado em todas as acusações. Ele também foi indiciado por violar a Lei de Fraude e Abuso de Computadores, elevando o total de acusações para 18.
A juíza Vanessa Baraitser, do Tribunal de Magistrados de Westminster, disse na decisão desta segunda-feira que estava satisfeita que as autoridades americanas tinham trazido à tona o caso "de boa fé", e que as ações do Sr. Assange foram além de simplesmente encorajar um jornalista. Mas ela disse que havia evidências de um risco para a saúde do Sr. Assange se ele fosse a julgamento nos Estados Unidos, observando que ela achava que "o risco do Sr. Assange de cometer suicídio, se uma ordem de extradição fosse feita, para ser substancial."
A decisão desta segunda-feira no Tribunal Penal Central de Londres, conhecido como Old Bailey, foi um grande ponto de virada em uma luta legal que se estendeu por mais de uma década. Mas essa batalha pode se arrastar por pelo menos vários meses ou até mesmo mais um ano, já que os promotores dos EUA vão recorrer da decisão. As autoridades têm 15 dias para recorrer.