Eleita pelo jornal O Globo, a melhor rainha de bateria do carnaval carioca de 2020, a modelo e empresária Raissa Machado, comunicou o fim do seu reinado à frente da bateria da Unidos do Viradouro. A beldade deixa o cargo depois de sete anos de uma intensa e emocionante relação com sua comunidade e todos os seus ritmistas, chegando a ser eleita pela maioria deles como uma espécie de amuleto da sorte da escola. Isso porque a morena já iniciou sua majestade com vitória, estando com a agremiação em duas de suas três vitórias no grupo de acesso (2014 e 2018), e em uma das duas vitórias no grupo especial, que aconteceu no ano passado.
“É uma despedida difícil, porque separa dois corações que se amam e que agora estarão distantes. Mas aprendi que quando a saudade fica é sinal de que tudo o que foi vivido não será esquecido. E muito mais do que apenas dizer 'tchau', deixo minha gratidão ao meu pavilhão! Todos os momentos em que vivemos juntos levarei em meu coração com muito amor, sem nunca esquecer de todo o carinho com que me receberam”, se emocionou Raissa.
E continuou: “Nunca me vi apenas como uma rainha. Me vejo como qualquer outro componente da comunidade, lutando e me entregando a cada ano pra buscar o campeonato. Isso é muito fruto desse tratamento que recebi deles. Somos uma família e sempre me senti muito à vontade estando perto deles. Talvez por isso esteja doendo demais essa despedida. Quero que entendam que tudo na sua vida tem sempre o seu início, meio e fim. Nem sempre temos o controle sobre quando será a melhor hora de partir, mas ela sempre chega”, completou a agora ex-rainha da escola.
Raissa, que chegou a ser coroada rainha do Carnaval de Niterói em 2008, estreou na Viradouro como destaque no ano seguinte, quando também representou a escola no concurso “Musa do carnaval”, do programa Caldeirão do Huck, na TV Globo. Em 2012 e 2013, ela ocupou o posto de musa da agremiação e também foi musa do Cordão da Bola Preta e da Mocidade Independente de Padre Miguel. Começou seu reinado à frente da bateria da vermelho e branca niteroiense em 2014, defendendo o enredo: “Sou a terra de Ismael, ‘Guanabaran’ eu vou cruzar… Pra você tiro o chapéu, Rio eu vim te abraçar”.
A beldade, que chegou em Niterói bem nova garantiu que não ficará longe do carnaval. “Eu me tornei uma mulher do samba e isso estará sempre em mim, aconteça o que acontecer. O carnaval é uma das maiores paixões da minha vida. É uma coisa que eu sempre quis e que me deixa muito realizada em todos os sentidos. Jamais seria capaz de abandonar essa paixão, em especial neste momento histórico de empoderamento das mulheres do carnaval que estamos vivendo. Precisamos aproveitar isso e ter mais sororidade e realmente entrar nessa briga. Deixar a rivalidade restrita à avenida e aos pavilhões. Fora dela somos todas mulheres e carregamos cada uma a sua luta. Isso merece sim ser respeitado, independente de qual seja a história de cada uma”, concluiu Raissa, que a exemplo do que foi em 2020, pretende ser uma voz para essa bandeira.