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Fiocruz admite que demora na chegada de ingrediente farmacêutico ativo da China atrasa entrega de vacina

Cronograma inicial, prevendo lotes ao Ministério de Saúde já no dia 8 de fevereiro e 30 milhões de doses nos primeiros dois meses, terá que ser revisto pelo atraso

Por Portal Eu, Rio! em 19/01/2021 às 23:43:22

Com a chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo [IFA], ainda sem data fixada, Fiocruz é capaz de produzir aproximadamente 10 milhões de doses em um processo contínuo durante o mês Foto Divulgação Bio

A Fiocruz divulgou uma nota oficial em que admite o adiamento da entrega dos primeiros lotes da vacina de Oxford/Astrazeneca ao Ministério da Saúde, antes prevista para o próximo dia 8 de fevereiro. A nota explica que 'embora ainda dentro do prazo contratual em janeiro, a não confirmação até a presente data de envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) poderá ter impacto sobre o cronograma de produção inicialmente previsto de liberação dos primeiros lotes entre 8 e 12 de fevereiro".

De acordo com a nota da Fundação, o cronograma de produção será detalhado assim que a data de chegada do insumo estiver confirmada. Ainda que sejam necessários ajustes no início do cronograma de produção inicialmente pactuado, a Fiocruz segue com o compromisso de entregar 50 milhões de doses até abril deste ano, 100,4 milhões até julho e mais 110 milhões ao longo do segundo semestre, totalizando 210,4 milhões de vacinas em 2021, conforme a nota oficial.

A vacina desenvolvida e já em uso no Reino Unido é a principal do programa de vacinação do governo federal brasileiro. O imunizante da Oxford-AstraZeneca também uma importante vantagem, que é a facilidade de transporte, pois se conserva em temperaturas de geladeira comum (de 2ºC a 8ºC). Isso pode facilitar o uso na estrutura já construída para o Programa Nacional de Imunização (PNI) brasileiro do Sistema Único de Saúde (SUS).

Responsável pela produção no Brasil, a Fiocruz planejava iniciar a entrega ao Ministério da Saúde (MS) as primeiras doses da vacina de Oxford-AstraZeneca a partir do dia 8 de fevereiro. "Com a chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo [IFA] em janeiro, podemos contar com a liberação pela Fiocruz de aproximadamente 10 milhões de doses em um processo contínuo durante o mesmo mês, chegando a uma produção acumulada de aproximadamente 30 milhões de doses no final de fevereiro, continuamente liberadas em março, em um processo dinâmico de entregas", explicava o vice-presidente de Planejamento e Inovação de BioManguinhos, o que indica o prazo provável de um mês para a entrega das primeiras doses, a contar da chegada do IFA.

"Com a primeira liberação de doses, vamos ter a capacidade de vacinar no Brasil, logo nas primeiras semanas de fevereiro, quase o mesmo número de pessoas que já foram vacinadas em todo o mundo durante o mês dezembro, que são cerca de 4 milhões em 12 países," previa Maurício Krieger, por ocasião da aprovação do Reino Unido.

No mesmo dia(28/12) da decisão britânica, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou vai decidir sobre o uso emergencial dessa vacina também em fevereiro, quando for liberada toda a documentação necessária sobre os ensaios clínicos internacionais. Assim como para o Reino Unido, a recomendação da OMS não é necessária para a aprovação brasileira, sendo mais importante para países sem agências reguladoras estruturadas.

A aprovação pela agência britânica foi realizada antes da conclusão total dos ensaios clínicos e tem base em resultados parciais divulgados em dezembro na revista científica The Lancet. O artigo na publicação indica eficácia de 70% em adultos com menos de 55 anos, com base em dados de três países: Brasil, Reino Unido e África do Sul. O número supera a eficácia mínima de 50% estabelecida pela Anvisa para dar aprovação a um imunizante contra a Covid-19. Um dado muito importante evidenciado neste estudo foi a confirmação da capacidade da vacina na prevenção de 100 por centos das hospitalizações e formas graves da doença, segundo o critério cínico preconizado pela OMS.

Sobre possíveis reações adversas, os estudos clínicos apontaram que a vacina é segura para todas as faixas etárias, incluindo os idosos. As reações mais comuns à aplicação da substância foram dor no local da vacinação, febre e dor de cabeça, todas de intensidade leve ou moderada. Não foi registrada nenhuma reação grave relacionada à imunização.

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