O grande sonho da atriz angolana Celma Pontes é integrar a ala de passistas de uma escola de samba na Marquês de Sapucaí em 2022. Para isso, ela mantém os rituais de samba no pé pelo menos uma vez por semana para ativar a memória corporal com aulas na sala de casa, regadas a muito samba-enredo em altos decibéis.
"Quero chegar ao Brasil com o samba em dia. Sambar é instintivo! Sinto a música e automaticamente as coisas fluem. É como andar de bicicleta. Mas eu gosto de me manter conectada a essa energia e por isso ouço os sambas num volume bem alto", comenta Celma.
Presente no carnaval carioca desde 2015, ela já desfilou como musa e composição de carro alegórico das escolas União da Ilha, Beija-Flor de Nilópolis e Unidos de Vila Isabel, agremiação que desfilou no último carnaval. A relação de amor com a escola de Noel vem de longa data, desde as visitas de Martinho da Vila ao seu país de origem com uma relação muito diplomática até a homenagem da escola à Angola na década passada.
Com os planos de 2020 alterados por conta da pandemia, a atriz teve que alterar a agenda. Ela passaria o segundo semestre do ano no Brasil para divulgar e encenar a peça teatral “O Resultado”, mas segue confiante em dias melhores.
"No carnaval do ano passado, eu estava no Brasil. Se eu tivesse esticado um pouco mais a minha estada, não teria conseguido voltar à Angola, porque as fronteiras fecharam. A minha programação era trazer a minha peça para o Brasil e desfilar na ala de passistas da Vila Isabel. Os planos foram alterados em prol da saúde", declarou a atriz.
Sangue Brasileiro corre nas veias
Descendente de brasileiros e portugueses, as características brasileiras nutrem o amor pelo samba e o carnaval desde muito cedo em Celma. A homenagem da Vila Isabel em 2012 à Angola só reafirmou o desejo da atriz em participar desse espetáculo.
"O sangue brasileiro fala muito forte. Já morei no Brasil para estudar, venho sempre ao país para o carnaval. A verdade é que venho muito menos do que eu gostaria. Mas agora é esperar a vida voltar ao normal, ter vacina para todos nós, tanto no Brasil quanto em Angola, para começar a colocar os planos em prática", confidencia Celma.
Em cartaz em Angola no Elinga Teatro com o espetáculo ‘Distância não é barreira’ para uma curta temporada, Celma também tem participado de programas de televisão para divulgar os projetos que possui na África até tudo voltar ao normal no mundo.