Cirurgia nas pálpebras ganha popularidade entre os homens

O último levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) mostra que a cirurgia nas pálpebras ganhou popularidade entre os homens. Isso mesmo, antes este tipo de procedimento era muito mais procurado por mulheres, porém eles se tornaram adeptos.

O fato deles terem ficado muito mais tempo em casa por causa da pandemia fizeram com que se observassem mais no espelho, vídeo chamadas e reuniões de trabalho online. A aparência e os pequenos detalhes acabaram ganhando mais destaque – antes não tão vistos assim – e por conta disso, elas passaram a ter desejos de melhorar a autoestima.

“Notamos que, durante a pandemia, com todas as restrições que vivemos, as pessoas estão cada vez mais voltadas para si, querendo se cuidar e investir no que as fazem bem. Nesse movimento, temos percebido no consultório que os pacientes continuam procurando por procedimentos que sempre foram muito procurados. A resposta para esse interesse é simples: o paciente vai esperar uma próxima pandemia para ter o visual que deseja? A quarentena gerou uma demanda reprimida por cirurgias”, relata o cirurgião plástico André Maranhão, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e ex-presidente da regional do Rio de Janeiro.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), nos últimos cinco anos, aumentou de 5% para 30% o número de pacientes do gênero masculino que se submetem a cirurgias estéticas. Em 2019, foram realizadas 650 mil cirurgias plásticas, 104 mil foram em homens. O procedimento mais realizado foi a cirurgia das pálpebras com 19 mil cirurgias.

De acordo com Maranhão, existe sim um aumento da procura de homens pela cirurgia de pálpebras desde o início da pandemia em função de que os olhos estão mais expostos que a boca e, efetivamente, com as reuniões online, os rostos ficam mais evidenciados,. Os homens, portanto, começaram a reparar mais no olhar cansado e fizeram outras queixas relacionadas ao próprio rosto. A máscara potencializou a busca pela melhoria do olhar. “O incômodo em relação aos homens, em geral, é que eles querem melhorar a aparência de 'cansado'. A faixa etária em que isso acontece é mais ou menos nos 50 anos, onde ainda estão na sua atividade executiva. Aos 55, há um quadro de queda do supercílio que pode levar um acúmulo de pele em cima da região da pálpebra superior. Associado com a flacidez que ocorre ao longo dos anos, essa queda gera um acúmulo de tecido que efetivamente gera um cansaço maior na abertura dos olhos. Então, aí sim, se torna uma indicação cirúrgica. Os pacientes mais jovens procuram opções não-cirúrgicas, como preenchedores, lasers ou ultrassom microfocado, que podem melhorar a consistência da pele nessa área”, explica o médico cirurgião plástico.

Em relação ao pré e pós operatórios, André Maranhão enfatiza que é muito importante ser feita uma avaliação oftalmológica para ver se o paciente tem alguma situação clínica associada, como por exemplo secura nos olhos ou alteração da parte muscular, que pode gerar algum tipo de flacidez. Também são avaliadas situações como hipertensão, diabetes e condições que podem prejudicar na cicatrização e exames cardiovasculares, como raio-x do tórax, eletrocardiograma e exames de sangue. “A avaliação oftalmológica é imprescindível para ver o campo visual desse paciente, para assim ser feito um planejamento adequado da cirurgia. O pós-operatório se baseia nos três primeiros dias mais intensos com compressas geladas para diminuir os edemas e equimoses, mas em geral ele já consegue ter uma vida funcional a partir do sétimo dia. Importante lembrar de usar óculos e bonés para evitar o contato direto com raios solares que venham gerar algum grau de pigmentação na área operada”, finaliza Maranhão.