A pandemia virou a vida de todos de cabeça para baixo. Foi necessário ter muita paciência e organização para conseguir se adaptar à nova rotina imposta pelo isolamento social. Esse período não foi algo fácil e ainda não é para ninguém. É um momento de incertezas e requer cuidado e responsabilidade.
Para as crianças e adolescentes, a situação é ainda mais difícil. Não poder sair de casa, passear, ver os parentes mais próximos - principalmente os avós -, não ir à escola, ter a rotina de atividades na academia interrompida, não estar com os amigos para brincar e correr livremente, tudo isso gera impaciência e estresse.
Os meses de quarentena atrapalharam o desenvolvimento de bebês, crianças e adolescentes. O período longe da academia inevitavelmente diminuiu a prática de atividade física. “Retomar as aulas infantis, além de recuperar a rotina de socialização e interação com os colegas e professores, é válida pela importância da ação corporal orientada. A volta à rotina, mesmo que gradativamente, trouxe ainda mais benefícios para todos. Para as crianças foi literalmente um ensaio para a volta às aulas na escola. Os pequenos já entenderam a importância do uso da máscara, de passar álcool em gel nas mãos a todo instante e do distanciamento com todos à sua volta”, ressalta Paula Toyansk, gerente nacional Acqua e Kids da Bodytech Company.
Uma pesquisa realizada por neurocientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, reforça a importância da atividade física na rotina de crianças e adolescentes e aponta que indivíduos que praticam esportes com frequência têm desempenho 20% superior aos alunos sedentários.
Para que servem todas as brincadeiras na pré-escola e os rabiscos? E aprender a nadar ou praticar esporte? Seriam apenas formas de preencher o tempo livre? Pode parecer algo simples, mas antes da criança chegar até a sala de aula para ler, escrever e receber conteúdo de cunho intelectual, elas precisam conhecer e dominar o corpo.
“Toda a aprendizagem passa pelo corpo. Escrever não é apenas utilizar uma folha de papel e uma caneta, precisamos de controle tônico muscular para manter uma postura adequada, coordenação motora fina para colocar a pressão correta no papel ao escrever. É necessário também ter ritmo para escrever, noção de espaço para distribuir os elementos no papel. A atividade física, a brincadeira e o esporte ajudam a sustentar a atenção e manter o foco no que é prioridade. Trazem disciplina e contribuem para aprender sobre regras e respeito ao próximo, trabalho em equipe e autoconfiança, todos elementos que irão favorecer a formação de caráter e personalidade. O exercício físico auxilia no desenvolvimento da criança, não apenas no aspecto motor, mas também no cognitivo, no social e afetivo. É pelo corpo que exploramos, conhecemos e aprendemos”, esclarece Michelle Stracke, educadora física e psicomotricista na Bodytech.
Conheça os benefícios proporcionados pela prática regular de atividade física no desenvolvimento escolar:
*Fortalece o desenvolvimento motor.
*Desenvolve a autoconfiança e as habilidades motoras.
*Ensina a respeitar a diversidade que faz parte da sociedade, sobre inclusão social e partilhar e também a trabalhar em grupo.
*Facilita o processo de aprendizagem, melhora a capacidade de concentração, estimula o raciocínio lógico.
*Contribui para a integração social da criança e do adolescente.
*Ajuda a conhecer, a compreender as mudanças e os limites do corpo.
A pequena Heloísa, de cinco anos, durante o confinamento, sempre perguntava para a mãe: “Quando acabar a época do coronavírus, vou poder nadar sozinha com meus amiguinhos"? A atividade física está presente na vida da pequena atleta desde os 6 meses e foi indicada pela pediatra. “A natação ajudou a amenizar drasticamente as idas ao pronto-socorro. Logo depois, as aulas de balé entraram na nossa rotina. Os resultados são nítidos, a Heloísa se sente mais disposta, mais feliz, segura e a coordenação motora melhorou muito. As aulas fizeram muita falta no dia a dia. Estar em casa em tempo integral a deixava entediada com frequência, com momentos de irritação, alterando também os horários de alimentação, e a disposição já não era a mesma”, relata Larissa Martins Gomes, 33 anos, mãe de Heloísa.