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Linhagens mais transmissíveis do coronavírus se espalham pelo país

Rio e mais cinco estados, do Sudeste, Nordeste e Sul, registram prevalência de novas cepas, em protocolo da Fiocruz

Por Portal Eu, Rio! em 04/03/2021 às 19:07:03

Preocupação da Fiocruz e do Conselho Nacional das Secretarias Estaduais de Saúde é com rápido avanço e dispersão geográfica das linhagens mais transmissíveis do novo coronavírus, o que torna mais difí

Em comunicado técnico publicado nesta quinta-feira (4/3) pelo Observatório Covid-19 Fiocruz, pesquisadores alertam para a dispersão geográfica no território de ‘variantes de preocupação’, assim como sua alta prevalência nas três regiões do Brasil avaliadas (Sul, Sudeste e Nordeste). As três regiões são as mais populosas do Brasil, abrigando três em cada quatro habitantes do País.

O novo protocolo de RT-PCR, desenvolvido pela Fiocruz Amazônia, foi utilizado nas unidades de apoio ao diagnóstico e centrais analíticas da Fiocruz para avaliação de cerca de mil amostras dos estados de Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Considerado o 'padrão-ouro' dos testes, por detectar a doença em estágios muito preliminares, com base no exame microscópico de secreções nasais e da faringe, retiradas por um swab (espécie de cotonete grande), o RT-PCR foi adaptado pela equipe coordenada pelo pesquisador Felipe Naveca.

O protocolo detecta a mutação comum em três das ‘variantes de preocupação’ (P1, identificada inicialmente no Amazonas, B.1.1.7, no Reino Unido e B.1.351, na África do Sul), que são potencialmente mais transmissíveis. A avaliação contou com o apoio do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e da Coordenação Geral de laboratórios de Saúde Pública.

Ouça no podcast do Eu, Rio! (eurio.com.br) a reportagem da Rádio Agência Nacional sobre a dispersão pelo Brasil das linhagens mais transmissíveis do novo coronavírus, as 'variantes de preocupação'.

De acordo com o Observatório, a alta circulação de pessoas e o aumento da propagação do vírus Sars-CoV-2 tem favorecido o surgimento de ‘variantes de preocupação’ no Brasil, como é o caso da variante P1, identificada no Amazonas. O comunicado alerta para um cenário preocupante que alia o perfil potencialmente mais transmissível dessas variantes à ausência de medidas que possam ajudar a conter a propagação e circulação do vírus.

Dos oito estados avaliados neste recorte apenas dois não tiveram prevalência da mutação associada às variantes de preocupação superior a 50 %: caso de Minas Gerais, com 30,3% das amostras testadas como positivo para a mutação e, Alagoas, com 42,6%. Nos demais estados, mais de 50% das amostras foram identificadas com a mutação associada às ‘variantes de preocupação’, conforme o mapa abaixo.



Fiocruz pede restrições mais severas à circulação e atividades não-essenciais

Frente aos desafios impostos pela alta dispersão e prevalência das ‘variantes de preocupação’, o Observatório reforça as diretrizes apontadas pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), bem como a necessidade de aceleração da disponibilização de vacinas para ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), visando contribuir para a redução de casos e a probabilidade de aparecimento de novas variantes.

O Comunicado destaca ainda como fundamental a adoção das medidas já apontadas em Boletim extraordinário publicado, nesta quarta-feira (3/3), com foco para as medidas não-farmacológicas que possam reduzir a velocidade da propagação e o crescimento do número de casos, a exemplo de medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais e a implementação imediata de planos e campanhas de comunicação, o fortalecimento do sistema de saúde, e a necessidade de constituição de um pacto nacional para o enfrentamento da pandemia no país.

RT-PCR da Fiocruz Amazônia monitora massivamente ‘variantes de preocupação’

Para o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, a vigilância genômica e o monitoramento dessas variantes será fundamental para o enfrentamento da pandemia. “O novo protocolo de RT-PCR oferece um retrato rápido da circulação das variantes para tomada de decisão no enfrentamento à pandemia”, destaca Krieger.

A avaliação com esse protocolo será ampliada e repetida de forma sistemática para um monitoramento massivo das variantes e a vigilância genômica será complementada com o sequenciamento de amostras na Rede Genômica Fiocruz.

Até o momento, não têm sido observada uma clara associação dessas variantes com uma evolução clínica mais grave, mas estudos adicionais estão em andamento para esclarecer aspectos relacionados com o sequenciamento genético dessas variantes, bem com sua transmissibilidade e o real impacto dessas variantes na dinâmica de ocorrência da Covid-19.

Por Portal Eu, Rio!

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

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