Por mais que as doações tenham batido recorde no Brasil em 2020, o país não tem tradição no mercado da filantropia. Apesar disso, de acordo com um anúncio da Fundação Bill & Melinda Gates, uma socialtech (startup com foco social) brasileira é apontada como uma das dez soluções mais criativas e inovadoras do mundo na área de doação diária para caridade. Trata-se da brasiliense Ribon, plataforma que aumenta doações institucionais para caridade em até 60%. Uma das ações foi uma campanha de doações de testes da Covid-19 para a comunidade da Rocinha.
Além da Fundação liderada pelo dono da Microsoft e sua esposa, o ranking teve na sua curadoria a participação da IDEO, um dos maiores estúdios de Design no mundo. A lista foi publicada no site da OpenIDEO (comunidade global dedicada a encontrar e divulgar soluções para os mais diversos problemas sociais através de designs inovadores) dentro do “Reimagine Charitable Giving Challange” (“Desafio Reimaginando a Doação para Caridade” em tradução livre).
No total foram 363 projetos que se candidataram para análise dos avaliadores do desafio. A Ribon foi a única solução em língua não-inglesa a figurar na lista dos dez melhores no mundo.
Também foram premiadas pela Fundação Bill & Melinda Gates a inglesa HasanaH, as canadenses Give e Give Magic; e as americanas Duet, Coin Up, Giving Multiplier, Golden Volunteer, Civic Champs e Pinkaloo.
Os escolhidos receberão uma premiação de US$10.000 cada e um suporte de refinamento dos designers da IDEO. Além disso, todos passam a ser participantes do evento Greater Giving Summit, que é exclusivo para convidados selecionados.
De acordo com a OpenIDEO e a Fundação Bill & Melinda Gates, foram priorizadas soluções para atividades filantrópicas que fossem digitais, centradas no usuário, inovadoras e que tivessem um grande impacto por onde atuam.
Ser aprovada por critérios de avaliação da Fundação Bill & Melinda Gates e conseguir esse reconhecimento desta que é a mais importante e respeitada fundação filantrópica do mundo foram motivos de comemoração para a Ribon.
“Atuar como startup que trabalha com filantropia justo em um país que ainda engatinha na cultura da doação individual para causas é um desafio. Entretanto, ter esse reconhecimento que nos indica como um exemplo de futuro para a filantropia global é um sinal que estamos no rumo certo”, afirma Rafael Rodeiro, cofundador e CEO da startup brasiliense.
Desde que foi fundada em 2016 por três estudantes da UnB (Universidade de Brasília), a Ribon trabalha pelo desenvolvimento da cultura de doação para caridade no Brasil. Tendo como foco os Millennials e a Geração Z, desenvolveu uma estratégia de gamificação que engaja esse público.
Dentro de um aplicativo disponível para Android, iPhone e Desktop, os usuários da Ribon podem coletar seus "ribons" (moeda virtual usada nas doações) e doá-los gratuitamente para qualquer uma das causas cadastradas na plataforma. As doações são pagas por empresas, fundações e filantropos que colocam seus projetos sociais na Ribon com 2 objetivos. O primeiro é trazer mais doadores para se engajarem com seus projetos por meio das doações gratuitas. O outro é aumentar o valor doado para esses projetos por meio das doações pagas.
O resultado desse processo é uma comunidade de milhares de pessoas desenvolvendo uma cultura de doação, o que é extremamente necessário para um país como o Brasil, que atualmente ocupa a posição de 74º país no ranking mundial de caridade do World Giving Index, posição essa que não condiz com o poder econômico do país, e muito menos com sua demanda de recursos para desenvolvimento social.
Ainda que haja muito trabalho a ser feito, já podemos ver resultados animadores em doações aumentadas pela Ribon. Em 2020, por exemplo, o Movimento Bem Maior encabeçou a doação de maior impacto já realizada na plataforma. A organização social fundada pelos empresários Elie Horn, Rubens Menin e Eugênio Mattar - realizou por meio da Ribon uma grande doação de alimentos para a ONG Ação da Cidadania, que no momento estava trabalhando com famílias em situação de vulnerabilidade social devido à pandemia do Coronavírus.
Em apenas 5 meses, 45.523 novos doadores se envolveram com a causa da Ação da Cidadania por meio da plataforma da Ribon, envolvimento esse que aumentou em 68,3% a doação inicial feita pelo Movimento Bem Maior. Em impacto real, os usuários da Ribon doaram 42.078 refeições para a ONG durante o período em que ela esteve na plataforma.
De acordo com Richard Sippli, Diretor de Relações Institucionais do Movimento Bem Maior, apadrinhar uma campanha inovadora, como a da Ribon, faz parte de uma estratégia de ampliar seu volume de doações. “Esse resultado em uma campanha social engajada em um prazo tão curto é um passo incrível para fortalecer o ecossistema filantrópico no Brasil. Esse impacto se deve a uma nova maneira de doar: digital, gamificada e gratuita”, afirma Richard.
Além do trabalho realizado com o Movimento Bem Maior, a Ribon já aumentou doações de empresas como Tetra Pak, Cielo, Klabin e Centauro. Ao todo, mais de 180.000 pessoas já foram impactadas pelas doações feitas dentro da plataforma.
Sobre a Ribon
A Ribon surgiu em Brasília com o objetivo de fomentar a cultura de doação no Brasil, tornando a experiência de doar mais simples, divertida e acessível. Nos seus quatro anos de funcionamento, a Ribon já ajudou mais de 180.000 pessoas, recebeu investimento da Redpoint eventures, e agora vem sendo apontada como uma das startups mais promissoras do Brasil.
Para baixar o app Ribon: https://rib.app.link/baixaragora
Sobre o Movimento Bem Maior
Fundado em 2019 pelos empresários Elie Horn, Rubens Menin e Eugênio Mattar, o Movimento Bem Maior é uma organização social apartidária e sem fins lucrativos que atua em todo o país identificando, conectando e viabilizando importantes iniciativas de impacto social com um único objetivo: fortalecer o sistema filantrópico no Brasil.
A iniciativa acredita e investe na mobilização de lideranças e na articulação do 3º setor como meios efetivos para a construção de uma sociedade mais fraterna e inclusiva. Sua principal meta é apoiar o protagonismo da sociedade civil organizada para dobrar o volume de Investimento Social Privado no país até 2030.