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Capital carioca concentra 90% dos diagnósticos da Covid-19 no Estado

Infectologista explica período correto para fazer cada tipo de teste da doença

Por Portal Eu, Rio! em 18/03/2021 às 12:54:32

Foto: Agência Brasil

Desde o ano passado, a cidade do Rio de Janeiro ocupa as primeiras posições no ranking de casos e mortes pelo novo coronavírus no país. Até meados de fevereiro, 90% dos diagnósticos de todo o estado estavam concentrados na capital carioca. Em um comunicado publicado no Diário Oficial, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou novas medidas para a cidade: “Temos um objetivo principal, que é evitar que se repita em 2021 o genocídio de 2020 que aconteceu no Rio de Janeiro. Nós temos metade dos habitantes de São Paulo e em 2020 morreram mais pessoas na cidade do Rio do que em uma (São Paulo) que tem o dobro da população”.

Os dados da Secretaria Estadual de Saúde refletem no aumento da procura por testes do novo coronavírus. Essa é uma realidade nas 13 unidades do Centro de Medicina, laboratório do Grupo Pardini, que conta com lojas espalhadas em diferentes regiões da cidade. “Hoje estamos presente em várias localidades, como Campo Grande, Centro do Rio, Copacabana, Duque de Caxias, Jacarepaguá, Madureira, Méier, Miguel Couto (Nova Iguaçu), Tijuca e Vila da Penha. Temos acompanhado o aumento dos casos na cidade e, consequentemente, da busca por exames em nossas unidades”, explica a gerente de atendimento da rede de laboratórios, Sumaya Carvalho, que também comenta sobre os cuidados para receber os pacientes nas unidades e ressalta a disponibilidade da coleta em domicílio.

“Os clientes que chegam são abordados logo na entrada da unidade e revelam se estão ou não assintomáticos. Os sintomáticos recebem uma máscara cirúrgica para ser colocada em cima da sua própria máscara, de acordo com o que foi determinado pelo Ministério da Saúde. Em seguida, são direcionados para uma área de isolamento para realização do exame”, explica Sumaya. Todas as unidades seguem os protocolos de segurança para evitar contaminação pela Covid-19, contam com uma estrutura física bem ventilada e atendimento de qualidade. Os laboratórios também disponibilizam material para higiene de todos que entram na loja. “O álcool gel é disponibilizado na entrada, no guichê, onde é feita a triagem, no touch de autoatendimento e em pontos estratégicos de toda a unidade, como a sala de espera, em todas as cabines de coleta, próximo aos banheiros e na área de café”, comenta a gerente.

Ainda há dúvidas sobre qual exame fazer

Segundo a infectologista do Grupo Pardini, Melissa Valentini, as pessoas ainda não sabem qual teste devem fazer em cada caso e qual o mais eficaz para o diagnóstico correto. “Um teste realizado em momento inadequado ou escolhido de maneira errada pode gerar falsos resultados negativos. Na Covid-19, a produção de anticorpos não acontece em todos os pacientes e ela é tardia. Existem muitos tipos de testes. Porém, para diagnóstico da doença, apenas os exames realizados por biologia molecular são recomendados. Os outros servem para detectar anticorpos no organismo e saber se já teve contato com o vírus. Os prazos para realização dos testes também são importantes. Para saber se já teve a doença, por exemplo, o melhor momento para fazer o teste é depois da terceira semana após início dos sintomas. Já para diagnosticar se está com a doença, é preciso fazer no terceiro ou quarto dia de sintomas”, esclarece Melissa.

O padrão ouro para diagnóstico da doença utiliza a metodologia RT-PCR. O resultado, que fica pronto em 48 horas, mostra parte do SarsCov-2 (vírus causador da Covid-19). “É recomendado que o paciente realize o exame entre o terceiro dia e a primeira semana de início do sintoma ou possível contaminação. Se o resultado for negativo e tenha fortes indícios de contaminação, poderá ser recomendada reaplicação do teste”, orienta Melissa.

Outra possibilidade são os testes sorológicos. Porém, esse é utilizado para identificar se a pessoa já teve contato com o vírus. “Eles conseguem detectar os anticorpos produzidos pelo organismo em resposta ao vírus. Por isso, não são recomendados para diagnóstico da covid-19 ativa no organismo”, explica.

A médica alerta sobre os novos testes que são lançados. “O mercado brasileiro está com bastante oferta de testes, mas é importante saber se foram validados", avalia.

Cuidado é essencial

É importante conscientizar a população que a pandemia ainda não acabou e os protocolos de segurança da OMS (Organização Mundial da Saúde) precisam ser seguidos. “Essa situação não vai acabar tão cedo. A gente precisa do apoio da população para que entenda a importância de evitar aglomerações, usar máscara em locais públicos e higienizar as mãos com álcool em gel periodicamente”, reforça a infectologista.



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