Primeira sondagem após atentado mostra Bolsonaro com 30%

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, chegou a 30% das intenções de voto no primeiro turno, quatro pontos percentuais acima da rodada anterior, na sondagem da FSB Pesquisa. O levantamento é o primeiro a ser divulgado com a coleta dias 8 e 9 de setembro, e divulgação no dia 10, segunda-feira. A coleta é portanto posterior ao atentado de 6 de setembro, em que o ex-capitão sofreu um ataque com uma faca.

Bolsonaro ampliou sua margem sobre o segundo colocado, no cenário sem Lula, em que se leva em conta a recusa do Tribunal Superior Eleitoral em registrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O militar tem 18 pontos de vantagem sobre Ciro Gomes, o segundo colocado, com 12%. Na rodada anterior, a margem era de 14 pontos (26% a 12%).

A sondagem revela ainda uma ascensão lenta, mas constante, do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. O petista tem 8%, empatado com Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, e Geraldo Alckmin, do PSDB. Os três estão tecnicamente empatados com Ciro Gomes (12%).

Marina, contudo, apresentou uma queda de três pontos, superior à margem de erro. Alckmin manteve o percentual pela terceira semana seguida (8%). Sobre o desempenho do tucano, vale ressaltar que essa é a segunda rodada a registrar os efeitos do horário eleitoral gratuito do rádio e da televisão. O ex-governador de São Paulo tem onze minutos e trinta e dois segundos no rádio e na TV, por contar com o apoio de dez partidos coligados e três avulsos.

Haddad, ainda apresentado na TV e no rádio como vice de Lula, cresceu dois pontos percentuais, chegando a seu maior resultado desde o início da série. Diferentemente da do XP/Ipespe, a sondagem da FSB Pesquisas não testa um cenário em que Haddad é apresentado como o candidato de Lula.

Favorecido pelo segundo maior tempo de TV e rádio, Henrique Meirelles cresce de 1% para 3% e empata com Álvaro Dias (Podemos) e João Amoedo (Novo). Amoedo caiu um ponto, dentro da margem, mas deixou de estar empatado com Fernando Haddad. Passou ao empate técnico numa faixa mais modesta, com a dupla do ponto percentual: os antípodas Guilherme Boulos (PSOL) e Cabo Daciolo (Patriotas).

O crescimento de Bolsonaro é acompanhado por dois outros indicadores favoráveis ao candidato. A convicção de voto cresce de 73% para 78%, sugerindo uma escolha definitiva para uma parcela crescente do eleitorado. A rejeição, em contrapartida, permanece estável, na faixa dos 51%. É importante ressalvar que esse percentual é bem maior em pesquisas dos demais institutos, superando os 60%.

Haddad, em menor proporção, tem trunfos semelhantes na disputa para chegar ao segundo turno. A rejeição ao ex-prefeito de São Paulo ('Não votaria nele de jeito nenhum') é idêntica na prática à de Bolsonaro (50% ante 51%) e à de Ciro Gomes (PDT), com os mesmos 51%. É bem inferior à de Henrique Meirelles (55%), Marina Silva (58%) e Geraldo Alckmin (63%).

O indicador mais preocupante para o provável substituto de Lula na urna eletrônica é o potencial de voto. Haddad apresenta 24% (ante 20% na rodada anterior) nesse indicador. Mostram taxas bem superiores Alckmin (27%), Ciro Gomes (36% ante 35%), Marina (29% ante 35%) e do próprio Bolsonaro (40% ante 35%).

O Instituto FSB Pesquisa entrevistou, por telefone, 2.000 eleitores com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação (Ufs). A margem de erro no total da amostra é de 2pp, com intervalo de confiança de 95%. A amostra é controlada a partir de quotas de: (a) sexo, (b) idade, (c) região e (d) tipo de telefonia (fixa e móvel).

Após a pesquisa, foi aplicado um fator de ponderação para corrigir eventuais distorções em relação ao plano amostral.As entrevistas foram telefônicas, realizadas por entrevistadores por meio de telefones fixos e móveis, nos dias 8 e 9 de setembro de 2018.