O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Walton Alencar Rodrigues, determinou nesta quarta (31) que as áreas técnicas do órgão entreguem em sete dias um parecer sobre a venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM) na Bahia por um valor 45% inferior ao cenário-base calculado internamente pela própria Petrobras.
Chamou a atenção dos Ministros da corte de contas a pressa da Petrobras em fechar o negócio. Eles chegaram a alertar que uma tentativa de driblar o controle externo poderá levar à responsabilização de membros da diretoria executiva da estatal.
O ministro Rodrigues afirmou que há “risco iminente de conclusão do negócio, mesmo antes que este tribunal possa debruçar-se sobre a matéria”, o que representa “possível prejuízo ao interesse público”.
Por conta disso,ficou determinado que as áreas técnicas do TCU terão sete dias úteis para apresentar uma “análise conclusiva a respeito da necessidade ou não de medida cautelar para suspensão da alienação”, afirmou.
O ministro afirma que um cenário-base da Petrobras precificou a RLMA em US$ 3,04 bilhões. A venda para a Mubadala Capital, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, foi fechada e aprovada pela diretoria e conselho da Petrobras por um preço 45% inferior, de US$ 1,65 bilhão. O contrato foi assinado em 24 de março.
Ainda segundo o ministro, esse cenário-base foi elaborado em 2020 e já levou em conta a evolução da pandemia de covid-19, que entra em seu segundo ano. O valor de US$ 3,04 bilhões foi alcançado sem a incorporação de um viés otimista ou pessimista, explicou.
“Esclarecendo que tem havido uma agilização extremamente enfática do procedimento por parte da Petrobras, para concluir a questão antes da conclusão do procedimento no âmbito do controle externo”, afirmou Rodrigues.