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Incidência do câncer cresce no Brasil e estilo de vida da população é o principal motivo

Saiba como prevenir a doença e entenda a importância do acolhimento psicológico durante o tratamento

Por Portal Eu, Rio! em 06/04/2021 às 07:00:00

Foto: Divulgação

O Dia Mundial de Luta contra o Câncer, celebrado no dia 8 de abril, faz um importante alerta: os países desenvolvidos são os mais afetados, entre eles o Brasil. A incidência do câncer tem aumentado independentemente do crescimento demográfico. Questões ambientais e estilo de vida são os principais motivos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer, que atualmente mata 8 milhões de pessoas no mundo por ano, pode chegar a matar 17 milhões em 2030. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para o triênio 2020/2022 é de que 625 mil brasileiros sejam acometidos por algum tipo da doença. Os mais frequentes na população são os de mama, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago.

Rayana Pechaki Postai, médica oncologista do Centro de Oncologia do Paraná, explica que, apesar de o fator genético exercer importante influência na formação dos tumores, são raros os tipos de câncer originários exclusivamente das cargas hereditárias, familiares e étnicas.

“Todo o câncer é genético, porém somente 10% é hereditário. Isso quer dizer que o câncer é sempre causado por uma mutação da célula, mas quase nunca é um traço familiar que vem impresso na informação das células. Entre os casos de hereditariedade estão o câncer de mama, câncer de ovário, câncer de intestino, câncer de tireoide, câncer de próstata, câncer gástrico, câncer de rim, retinoblastoma (retina) e melanoma (pele)”, esclarece.

Mas, então, o que causa o câncer?

São várias as causas do câncer, que pode ser provocado por fatores externos (hábitos e ambiente) e internos (genética, hormônios e condições imunológicas). De acordo com Instituto Nacional do Câncer (INCA), 80% a 90% dos casos de câncer estão associados às mudanças no ambiente causadas pelo homem, à exposição a composições químicas, aos hábitos alimentares e ao estilo de vida.

A médica oncologista destaca que, em média, 20% das mortes por câncer no mundo todo são causadas pelo cigarro. “Parar de fumar é essencial para evitar múltiplos tipos de câncer relacionados ao tabagismo. Outra forma de prevenção é a redução do consumo de álcool, praticar atividades físicas, manter o peso adequado e uma dieta balanceada - rica em frutas e verduras, e pobre em gorduras e carnes vermelhas”, reforça.

Os cuidados nas relações sexuais não podem ser esquecidos. “O uso de preservativo reduz o risco de doenças sexualmente transmissíveis, que podem gerar câncer de colo de útero entre outros tipos de neoplasias. Por isso, nas mulheres, a realização do exame preventivo, também conhecido como papanicolau, é imprescindível”, lembra.

Segundo Rayana Pechaki Postai, o diagnóstico precoce pode aumentar as chances de cura, como no caso do câncer de mama. “É preciso reforçar que o rastreamento do câncer de mama, com mamografia; colorretal, com colonoscopia; e próstata, com toque retal e coleta do PSA, não são capazes de prevenir esses tipos de tumores, porém, por meio destes exames, é possível obter um diagnóstico da doença em estágios muito iniciais, com possibilidade maior de recuperação.”

Superação em Família

Durante o tratamento do câncer, o envolvimento dos familiares é inevitável, tanto do ponto de vista operacional quanto emocional. Por isso, é muito importante que seja dado adequado suporte a todos aqueles que estão diretamente ligados ao processo.

“A experiência do câncer é muito desafiadora e pode desencadear diversas reações emocionais. Um desequilíbrio social, financeiro, familiar, relacional, afeta várias áreas e, por essas razões, o tratamento psicológico presta uma inestimável ajuda nesse enfrentamento do tratamento oncológico”, explica a psicóloga Michele Servelhere, que atua no Centro de Wellness do Centro de Oncologia do Paraná.

Ela explica que a psico-oncologia é uma área de interseção entre a psicologia e a oncologia, que busca compreender e estudar as variáveis do comportamento relacionados ao processo e a cura de cada paciente e estende a atenção e os cuidados à família, “oferecendo suporte emocional para que eles possam expressar suas principais dores e compreender as dificuldades desse momento”.

Gislaine Caetano é mãe do Matheus, diagnosticado aos dois anos e três meses de idade com leucemia. Ele fez o tratamento até os quatro anos e meio e hoje, com seis anos, mantém-se em total remissão e faz apenas acompanhamento de rotina. Sobre o apoio das pessoas próximas, ela relata que o tratamento foi pesado. “É bem complicado receber o diagnóstico que teu filho tem câncer, é como se fosse uma sentença de morte. Mas, com todo carinho que a gente teve, com anjos ao nosso redor, a gente foi conseguindo superar dia após dia. Hoje, a gente consegue ver o mundo de uma forma bem diferente, agradecer e viver cada segundo, cada detalhe”, define.

Gislaine lembra que descobrir a doença do filho em estágio inicial foi fundamental para a recuperação. “Logo que iniciaram os sintomas a gente já levou o Matheus para investigar o que era. Isso foi determinante porque tivemos um diagnóstico precoce e pudemos iniciar o tratamento a tempo de ter mais chances”, destaca.

Ela também conta a sua experiência de tratar o filho no Centro de Oncologia do Paraná, com a equipe multidisciplinar. “A médica oncologista acolheu, segurou nossa mão e guiou a gente em meio à escuridão pelo melhor caminho. Todo apoio foi fundamental para superarmos tudo isso. A equipe da enfermagem, da farmácia, da limpeza, da recepção, do administrativo, enfim, todos como se fossem nossa segunda família. Tanto que mantemos contato com eles até hoje; um pouco mais íntimo com pessoas que estiveram com a gente durante todo o trajeto e fizeram toda a diferença”, recorda.


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