O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lamentou em um tuíte no início da tarde desta terça-feira (27/4) que o partido esteja “comandando a defesa de Bolsonaro na CPI da Covid”. O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), respondeu ao parlamentar em tom de resignação: “E aqui no RJ o DEM ajudou a patrocinar o meu impeachment”. Witzel acrescentou que o processo em curso contra ele resultou em “mais de 30 mil mortes em seis meses, vacinação atrasada e implantação de um governo negacionista.”
Witzel está afastado temporariamente do cargo de governador, até a conclusão do processo de impeachment no qual é denunciado pelo Ministério Público (MP-RJ) por atos de corrupção, como superfaturamento na compra de respiradores e construção de hospitais de campanha, no período da pandemia de covid-19. Desde então, o governador em exercício é Claudio Castro (PSC). Pelas mesmas denúncias, o ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, e o ex-subsecretário da pasta, Gabriell Neves, foram presos em 2020.
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), eleito para o comando da casa em articulação comandada pelo antecessor David Alcolumbre, desafeto de Rodrigo Maia e aliado de Bolsonaro, evitou instalar a CPI da Pandemia. A Comissão somente foi instalada após liminar do ministro do STF Luiz Barroso, confirmada pelo plenário, baseada na garantia constitucional aos direitos das minorias parlamentares. Após indefinições sobre o alcance e até quem ocuparia a relatoria da CPI no Senado, a Comissão Parlamentar de Inquérito teve início nesta manhã confirmando que deve focar o governo federal, não se estendendo em princípio a prefeitos e governadores, e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) assumiu como relator, conforme previsto no acordo entre as maiores bancadas.
A assessoria de imprensa de Maia alegou que o tuíte fala por si só. Até a publicação desta matéria, Witzel não foi localizado para comentar a repercussão da resposta ao deputado federal.