O volante Felipe Melo deve ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ter declarado seu apoio ao candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), após o jogo entre Bahia x Palmeiras, no último domingo. O Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) não registra punição por manifestação política.
"Primeiro de tudo ressaltar o trabalho em equipe. Um time que lutou até o final buscou o resultado. Agradecer a Deus pelo gol, à família. Esse gol vai para o nosso futuro presidente Bolsonaro", disse o jogador.
A Procuradoria do STJD estuda levar o caso ao tribunal, com o objetivo de não abrir um precedente no futebol brasileiro.
"Não lembro de nenhum caso similar. Talvez fosse o caso de avaliar a denúncia e deixar que o tribunal veja se foi uma conduta correta ou não. Confesso que disciplinarmente deve ser cautelosamente avaliado. Imagina se vira moda", disse Felipe Bevilacqua, procurador-geral do STJD, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Se for a julgamento, Felipe Melo pode ser incluído no artigo 258 do STJD que prevê penalidade a condutas disciplinares ou antiéticas não esclarecidas no código. A pena, nesta situação, pode variar de um a seis jogos.
A punição pode ser estendida ao Palmeiras.
"Como falei, esse fato é único. Nada que inviabilize também punição ao clube", disse o procurador-geral.
Nota do clube
Preocupado com a repercussão do caso, o Palmeiras publicou uma nota oficial sobre o caso. O clube destacou que o posicionamento de Felipe Melo é exclusivo do jogador e que respeita a posição de seus funcionários.
"A Sociedade Esportiva Palmeiras vem a público esclarecer que o posicionamento político do atleta Felipe Melo reflete, única e exclusivamente, uma manifestação particular, e não da instituição. O Palmeiras respeita qualquer posição política de seus atletas, empregados e colaboradores e ratifica a sua neutralidade nas questões políticas, partidárias, de crenças, religiões e quaisquer outras formas de manifestações pessoais", diz a nota.