Nem Lula nem Bolsonaro. Em entrevista ao portal UOL o general Santos Cruz, ex-ministro do governo do capitão, disse que há uma tentativa de arrastar as forças armadas para a política e que essa tentativa prejudica e traz danos à instituição militar e que não existe a possibilidade de uso das Forças Armadas em questões políticas.
O general criticou o excesso de militares no governo e a polarização no atual cenário político brasileiro:
“Hoje nós estamos perdendo. A gente tem que resolver os problemas nacionais. Não se pode aceitar projeto pessoal. A nação brasileira, tem que enxergar isso, mas ao cidadão a Imprensa e ao congresso estão anestesiados porque não reagem, não se tem propostas institucionais. Tem críticas às instituições, ao STF, ao meio ambiente, mas a gente não vê propostas para melhorar isso”.
O general integrou os primeiros dias do governo de Jair Bolsonaro disse que não votaria nele novamente, muito menos no PT. Ele acrescentou que Bolsonaro conquistou o eleitorado com uma promessa, mas o que ele faz é outra coisa. Estelionato eleitoral.
“Ele falou o que o povo queria ouvir. Mas se entregou ao fanatismo.”
Criticando o que chama de políticas totalitárias, Cruz disse que o Exército tem por objetivo defender a liberdade contra o socialismo e qualquer tipo de totalitarismo e a política não pode entrar nas Forças Armadas. Só assim poderá garantir a liberdade contra qualquer aventureiro”.
Ao ser perguntado se um socialista vencesse as eleições presidenciais no Brasil ele disse que essa não é uma situação extrema, pois se daria por meio de eleição democrática. E se mostrou contrário a ideia do uso dos militares como Bolsonaro insinua. Classificou como show as declarações de intervenção das Forças Armadas na política.
Se uma pessoa for eleita foi eleita. Eu falo de uma situação excepcional. Excepcionalidades são as propostas de intervenção das Forças Armadas no Congresso, nos tribunais superiores, para defender uma determinada pessoa do Executivo. Isso são coisas sem cabimento”, disse.
Cruz disse ainda que votou em Bolsonaro, mas hoje não faria. Ele defende uma terceira via para as próximas eleições, rejeitando também o voto a Lula.
No podcast Eu, Rio!, ouça parte da entrevista do general Santos Cruz ao UOL.
Fonte: UOL