A Cardiopatia Congênita, que afeta um em cada 100 bebês, é responsável por 40% dos óbitos por anomalia congênita em crianças com menos de um ano. Durante esse período de pandemia foram realizadas cerca de 330 intervenções cirúrgicas na Perinatal/ Rede D’Or, principal maternidade do Rio de Janeiro, que já operou mais de 3.500 bebês.
De acordo com Sandra Pereira, coordenadora do Serviço de Cirurgia Cardíaca Neonatal e Pediátrica Perinatal/Rede D’Or, um em cada três casos necessita de cirurgia complexa no primeiro mês de vida. É por conta disso que o pré-natal se faz tão importante. “É possível identificar se o bebê possui algum tipo de cardiopatia através do ultrassom morfológico, feito na 18ª semana de gestação. O ultrassonografista pode ter dificuldade para detectar o tipo de cardiopatia, uma vez que existem mais de 40 tipos. Em todo caso, a gestante é encaminhada para realização de um ecocardiograma fetal, onde será feita uma investigação minuciosa”, esclarece.
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Como toda e qualquer patologia, quanto antes a descoberta, melhor para o paciente. No caso da cardiopatia congênita, por se tratar de bebês, a doença, quando investigada no pré-natal, oferece ao cardiologista pediátrico um diagnóstico preciso. “Em algumas cardiopatias não se faz necessária a intervenção cirúrgica, mas muitas vezes é urgente e define a vida do bebê, pois o procedimento é realizado alguns dias após do nascimento da criança”. A médica explica que o diagnóstico intrauterino é fundamental, pois dessa forma, é possível entender as especificidades do caso e os tratamentos recomendados antes do parto. “Existem pacientes que vão para casa sem o diagnóstico correto e vão a óbito por ‘morte súbita’”, explica.
Dados gerais que você precisa saber:
• Cardiopatia Congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge no coração do bebê durante a gestação.
• 1 em cada 100 fetos apresenta problemas de malformação do coração no mundo;
• É responsável por 40% dos óbitos por anomalia congênita em bebês com menos de 1 ano;
• Nas crianças com Síndrome de Down, a incidência de cardiopatia é 8 vezes maior;
• Média de sobrevida internacional é de 80%, alguns serviços com sobrevida de acima de 90%;
• Mais de 30% dos cardiopatas críticos recebem alta das maternidades sem diagnóstico, aumentando o risco de vida;
• Ao ano, são 28.846 novos casos no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.
• No Rio de Janeiro, nascem mais de 2.000 crianças cardiopatas ao ano;
• Destas, 1.300 necessitam fazer cirurgia cardíaca, 480 no período neonatal;
• Existem mais 40 cardiopatias principais, podendo chegar a 200 subvariedades;
• 1 em cada 3 casos necessita de cirurgia complexa no primeiro mês de vida.