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Intercâmbio cultural

Mostra virtual torna presente Tesouros dos Nossos Ancestrais

Exposição reúne parte do acervo exclusivo do Rei Ooni de Ifé, da Nigéria.


Rei OOni de Ifé, atualmente a maior autoridade tradicional e religiosa do povo iorubá. Foto: Divulgação

A história de Oduduwa e de seus descendentes poderá ser apreciada pelo público a partir desta sexta (9) graças à iniciativa de sua Majestade Imperial Ooni de Ifé (Nigéria) que, através do projeto Tesouros dos Nossos Ancestrais, exibirá 27 esculturas de seu acervo exclusivo com a finalidade de aproximar as culturas, auxiliando o povo brasileiro e o resto do mundo, a conhecer melhor suas origens, heranças, histórias e até feições.

A iniciativa possibilita este intercâmbio cultural entre povos irmãos, trabalho que vem sendo feito de forma intensa pela Casa Herança de Ododuwa, instituição localizada no Rio de Janeiro e que desenvolve, com propriedade, este trabalho através de cursos, e palestras de forma virtual por conta da pandemia.

Iniciado no mês de abril, o projeto exibiu rodas de conversas, masterclasses sobre temas altamente relevantes na construção da identidade preta e culminará com a exposição virtual. Antecedendo a mostra, uma entrevista no canal official do Youtube com o rei OOni de Ifé, atualmente a maior autoridade tradicional e religiosa do povo iorubá, que originariamente habitava o Reino de Ifé e reinos ao redor, áreas atualmente do Benin e da Nigéria.

Sua Majestade fala da importância em manter os laços de fraternidade entre os povos irmãos, além da relevância histórica das peças que chegaram a ser extraviadas do continente africano durante o processo de colonização dos séculos XIX e XX. Devidamente restaurado, parte do acervo estará disponível para o público no site da Casa Herança de Oduduwa.

Dividida em duas galerias temáticas: Áse e Orí, a mostra parte de princípios da filosofia iorubá, provocando uma reflexão sobre as peças de arte da coleção do Rei de Ifé a partir de conceitos filosóficos e estéticos que estão presentes no cotidiano da sociedade iorubá e são transmitidos e ensinados nos objetos da coleção.

“Não existe caminho possível para o futuro da humanidade sem olhar para o continente africano e compreender o legado que nossos ancestrais nos deixaram. Sem dúvida, é essa herança que irá auxiliar a construirmos juntos um mundo melhor para todos. Nossos ancestrais deixaram conhecimentos vitais para os problemas da humanidade e tenho certeza de que o futuro é ancestral”, conta Ooni de Ifé – rei de Ilê Ifé/Nigéria.

Para os iorubás tudo possui Áse, que é a força da autoridade e a energia da vida. De acordo com o rei em sua entrevista exclusiva à Casa Herança de Oduduwa, os objetos das coleções estão carregados de Áse, e fazem esta conexão entre o espiritual e o material. Já na galeria Orí, a vitalidade do conceito de Orí dentro da comunidade iorubá é ressaltada e é a partir do dele que o destino de cada indivíduo é tomado.

Orí é o bem mais precioso de todos os seres, por isso requer tanto cuidado. É a partir de Orí que o ser humano define seu iwa (caráter), e este resplandece a beleza do ser.

Destes dois conceitos multiplicam-se muitos outros, que definem o convívio em sociedade, a resolução dos problemas individuais e coletivos, a manutenção da espiritualidade. São duas chaves epistemológicas capazes de guiar a vida dos seres humanos no aye (terra), deixadas como legado pelos que vieram antes de nós.

Para acessar a exposição clique aqui a partir das 20h



Tesouros dos Nossos Ancestrais exposição virtual Ooni de Ifé

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