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Senador entra com ação contra ministro da Defesa por nota "antidemocrática"

Medida foi protocolada nesta sexta (9), após Braga Netto e comandantes militares reagirem a declarações do presidente da CPI sobre corrupção entre membros das Forças Armadas

Por Daniel Israel em 09/07/2021 às 16:30:59

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia. Foto: Jefferson Rudy/Senado Federal

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) entrou nesta sexta-feira (9) com uma representação no Senado por crime de responsabilidade contra o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, após nota assinada por ele e os comandantes das Forças Armadas, na quarta-feira (7). O anúncio foi feito durante entrevista ao jornal "Brasil de Fato" na manhã de hoje.

No texto que motivou a ação, os quatro militares “repudiam” as declarações do senador e presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM). Segundo eles, Aziz estaria “desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção”.

Na ocasião, o parlamentar citou a militarização no Ministério da Saúde, numa referência a Eduardo Pazuello, ex-ministro da pasta e general da ativa. “Havia muito tempo que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”, disse Aziz, anteontem, no plenário do Senado.

Senador tuíta sobre ação contra ministro. Imagem: Reprodução/Twitter

Ontem, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) se solidarizou com o presidente da CPI. Em texto assinado pelo jornalista Paulo Jerônimo, que preside a entidade, a ABI eximiu Omar Aziz de qualquer responsabilidade e ressaltou que ele não fez “qualquer acusação às Forças Armadas em si”.

Quando Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República, em 2019, o general Braga Netto foi nomeado ministro da Casa Civil. Foi ele quem abriu a reunião ministerial de 22 de abril de 2020, divulgada pelo STF após denúncia do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre tentativa de interferência de Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Na ocasião, com o lançamento do Pró-Brasil, plano para retomada do crescimento socioeconômico em resposta à pandemia de covid-19, o general falou sobre “readequar como o governo deve reagir a este problema para as duas conseqüências negativas –sanitárias e econômicas– que ocorrem”. Em agosto de 2020, uma das medidas do Pró-Brasil consistiu em ratificar a previsão de investimento privado com o leilão de dois terminais do porto de Santos. Em 2018, o ex-presidente, Michel Temer, nomeou o Braga Netto como interventor na Segurança Pública do Rio de Janeiro, de onde ele saiu em 31 de dezembro.

Procurado, o senador Rogério Carvalho não respondeu até o fechamento desta matéria. O texto será atualizado assim que o parlamentar retornar o nosso contato.



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