Para o coordenador de Educação Física no UNISAL, professor Artur José Squarisi de Carvalho, integrante de delegações brasileiras paralímpicas, é inviável estabelecer metas realísticas de medalhas, tanto para atletas brasileiros quanto para estrangeiros:
“Por conta do combate à proliferação da covid-19, os jogos de 2020 passaram para 2021. Muitos atletas deixaram de treinar o suficiente para uma competição dessa grandiosidade. Para , dificilmente alguma delegação de qualquer país, incluindo a do Brasil se arriscaria em afirmar uma meta . Especialmente porque o macrociclo de treinamento previsto para os jogos foi totalmente quebrado com o adiamento”, disse.
A falta da realização de grandes eventos esportivos para testar o nível dos atletas é outro problema apontado por Artur Squarisi. “Ficaria surpreso se tivermos uma olimpíada com grandes quebras de recordes e resultados expressivos”, disse.
Para ele, a conquista de 19 medalhas no Rio 2016 o Brasil foi um grande feito.
“Se tivesse que colocar alguma meta, seria tentar superar este número. Quanto à posição no quadro de medalhas fica muito difícil de prever qualquer coisa, já que há países que desistiram de participar parcialmente ou até integralmente em função da pandemia. E isso por si só já altera tudo”.
Nesse sentido, os Jogos Olímpicos de Tóquio prometem resultados bem diferentes das últimas edições da competição. Por exemplo, a Rússia, banida dos jogos como país, terá alguns de seus atletas, os que conseguiram índices olímpicos, competindo de modo avulso. Já a Coreia do Norte desistiu de participar para não expor seus atletas ao vírus da pandemia. E a poucos dias do começo do evento, outros atletas anunciam desistência.
Mas Artur José Squarisi de Carvalho destaca outro problema dos Jogos deste ano. “O pior desta história toda ainda está por vir, que será o enorme prejuízo financeiro que restará ao Japão infelizmente”.
Para obter recordes em quaisquer modalidades, é preciso estar com a mente equilibrada. Segundo o especialista em hipnoterapia clínica e mentor de líderes Rafael Peixoto, muitos atletas que não puderam se dedicar tanto quanto gostariam no período de preparação temem um esmagamento colossal nos Jogos de Tóquio. Para vencer o medo, a terapia é uma solução:
“Grande parte do rendimento da nossa performance é dada através da saúde mental. Se você está com o psicológico abalado, automaticamente estará mais propenso a não conseguir alcançar seu objetivo, tanto pelo fardo emocional quanto pelo cansaço físico que isso gera.”
Rafael explica que no momento que dominamos as nossas fobias e medos através de exercícios mentais, nossa capacidade de rendimento já fica bem maior.
“Muitos não acreditam que hipnose, meditação e exercícios mentais estimulantes possam ajudar atletas de alto rendimento, quando na verdade é o completo oposto. Você podendo chegar na raiz daquela insegurança ou medo e cortando ela de vez do seu mindset é o que te fará progredir na velocidade necessária”.
Porém, para obter medalhas nos próximos Jogos, o momento é agora. De acordo com o especialista, o acompanhamento iniciado algumas semanas antes do evento já faz um mundo de diferença no preparo do atleta.
“O físico ele já tem. Quem treina tanto assim já sabe perfeitamente o que e como fazer. Muitas das derrotas são dadas a falta de controle mental, que acaba cedendo para emoções que não te agregam e te fazem perder o controle. Sendo assim, perdendo a prova. Um atleta com um bom trabalho mental sobressai àquele que tem apenas o bom preparo físico. Pois suas dores já estão controladas e sanadas”.
Rafael diz também que essa metodologia pode se aplicar a vida não só de atletas de alto rendimento, como também a profissionais de qualquer área.
“Não são apenas atletas que tem medo ou insegurança em algum âmbito da vida, seja ela profissional ou pessoal. Hipnose e meditação são duas ferramentas incríveis em todos os aspectos, pois aquilo que você nem imagina, pode ser o que está te puxando para trás”, conclui.
Já o bicampeão olímpico Torben Grael que atualmente é coordenador técnico da seleção brasileira de vela, está otimista com a modalidade. Acreditando em duas medalhas na modalidade, ele embarcou para o Japão em 3 de julho e vai acompanhar os atletas da categoria nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ele acredita que a vela pode manter a tradição das últimas edições e trazer medalhas para o país:
“Enfrentamos um período de muitos desafios por causa da pandemia. A preparação dos atletas brasileiros foi bastante prejudicada, porque muitos atletas não conseguiram autorização para participar de treinamentos na Europa. Mas acredito que temos uma equipe de muito talento e que podemos manter a nossa sequência de medalhas na modalidade”, frisou o velejador, ao participar de um evento no Lago Corumbá IV, em Abadiânia, região leste de Goiás, no início de julho.