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Juíza assassinada Patrícia Acioli receberá homenagem póstuma em ato em Niterói

Ela foi responsável pela prisão de mais de 60 PMs envolvidos em grupos de extermínio e corrupção

Por Anderson Madeira em 10/08/2021 às 19:05:22

Juíza Patrícia Acioli, assassinada por PMs em Niterói. Foto: Divulgação

No dia em que se completam dez anos do assassinato da juíza Patrícia Acioli, executada com 21 tiros na porta de casa, no bairro de Piratininga, em Niterói, haverá um ato em memória da magistrada nesta quarta-feira (11), às 11 horas, promovido pela ONG Rio da Paz. Patrícia era titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo quando foi morta. Ela foi a responsável pela prisão de mais de 60 policiais militares envolvidos em grupos de extermínio e corrupção. Ela foi assassinada por PMs do 7º BPM (São Gonçalo) e todos foram condenados.

O ato consistirá na colocação de 21 rosas na árvore da Patrícia, plantada logo após a morte dela pela ONG Rio da Paz. No local foi colocada uma placa, em 2012, pela mesma entidade. A árvore fica no calçadão da Praia de Icaraí, em frente ao prédio da Reitoria da UFF. Segundo a entidade, a família da juíza confirmou presença no ato.

"Foi um crime gravíssimo, covarde, um atentado ao estado democrático de direito, uma vez que atentaram contra um dos poderes da república. A juíza Patrícia Acioli foi morta por cumprir a sua função de combater os autos de resistências forjados por PMs", disse o presidente da ONG, Antonio Carlos Costa.

Ouça no podcast do Eu, Rio! (eurio.com.br) o depoimento de Antonio Carlos Costa sobre o assassinato da juíza e o agravamento da situação dos Direitos Humanos no País e no Estado, com a impunidade de agentes de segurança responsáveis pelo assassinato e os elogios de Bolsonaro à tortura.


Foto: Divulgação Rio de Paz

Dos 11 PMs condenados pelo crime, o coronel Cláudio Oliveira (o mandante) e o tenente Daniel Benitez, ainda integram a corporação. O primeiro recebe salário de R$ 40 mil e o segundo, de R$ 10 mil. Benitez foi um dos que atirou na juíza. Os demais, todos praças, foram logo expulsos da PM. Na época do crime, Oliveira era comandante do 7º BPM (14 de outubro de 2010 a 2 de setembro de 2011).

Prêmio de Direitos Humanos tem inscrições prorrogadas

A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) prorrogou as inscrições para o seu 10º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos.

Os interessados poderão se inscrever até 22 de agosto em quatro categorias: Práticas Humanísticas; Reportagens Jornalísticas; Trabalhos Acadêmicos e Trabalhos Magistrados. As inscrições começaram no dia 31 de maio e devem ser feitas pelo site do concurso: http://www2.amaerj.org.br/premio/

A cerimônia de premiação será no dia 8 de novembro, às 18h. Os vencedores serão escolhidos por um júri formado por especialistas nas áreas selecionadas. Serão cinco finalistas em cada categoria. O primeiro colocado de cada categoria levará o prêmio de R$ 15 mil. O segundo lugar terá um prêmio de R$ 10 mil e o terceiro, R$ 5 mil.

Os três primeiros colocados receberão troféus. Os demais finalistas serão homenageados com Menções Honrosas. Na categoria Trabalhos dos Magistrados, os três primeiros colocados receberão troféus.

O Troféu Hors Concours, concedido a personalidade com notável atuação na área dos Direitos Humanos e Cidadania, em escolha dos magistrados do Rio, será destinado, post mortem, à juíza Viviane Vieira do Amaral, vítima de feminicídio às vésperas do Natal de 2020. O prêmio foi criado em 2012 e celebra a memória de Patrícia Acioli.



Por Anderson Madeira
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