Taxistas formaram uma milícia no Aeroporto Internacional Tom Jobim

Policiais da Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Dairj), na Ilha do Governador, na Zona Norte da capital, realizaram na sexta-feira (28) a Operação Disputa Pela Base, com o objetivo de prender taxistas envolvidos em ações típicas de milícia. Até o início da tarde, foram presas 10 pessoas. A investigação apurou que taxistas atiravam objetos contra veículos dos motoristas de aplicativos, colocando em risco a vida destes, além dos passageiros.

"Conforme a denúncia, tratam-se de pessoas que buscam atuar como fiscais do Município ´reprimindo´, de forma violenta em muitas ocasiões, a atuação de outros motoristas de táxi, mais notadamente daqueles dos aplicativos como Uber, Cabify e 99. Os réus se organizaram em quadrilha com o fim de praticar diversos crimes", diz trecho dos autos na Justiça.

Há acusações de agressões a motoristas de aplicativos sendo que os taxistas denunciados respondem também a crimes como lesão corporal, ameaça, dano e desacato. Haveria uma disputa por território e passageiros.

Os autos relatam, por exemplo, um caso em que cerca de 20 taxistas agrediram um motorista de Uber e danificaram seu veículo. 

De acordo com informações dos agentes, a investigação teve início em março último, para apurar infrações penais ocorridas entre janeiro de 2017 e setembro de 2018, ocorridas na área externa e interna do Aeroporto do Galeão, na Avenida Vinte de Janeiro.

Indícios apontam que os autores atuavam articuladamente como milícia privada. Foram indiciados 21 taxistas, com 17 mandados de prisão preventiva expedidos. Foram presos Fábio Dória Costa; Leonardo de Souza Carvalho; Flavio Ferreira de Miranda; Antônio Marcos Castro Nascimento; Edinaldo da Luz Costa; Roberto Pinheiro Korn; Marcos Paulo Cunha de Medeiros; Marcos Batista dos Santos Júnior; Elias Rodrigues da Silva Neto e Renan Leirson do Coração de Jesus.