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Inflação volta a crescer e atinge as famílias mais pobres, diz Ipea

Houve aceleração da taxa de inflação para todas as faixas de renda no mês passado

Por Portal Eu, Rio! em 13/08/2021 às 17:08:13

Imagens: Divulgação IPEA

Após uma queda em junho, a inflação voltou a subir no mês de julho, castigando as famílias mais pobres. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou nesta sexta-feira (13), o Indicador de Inflação por Faixa de Renda, houve aceleração da taxa de inflação para todas as faixas de renda no mês passado, porém com maior impacto às famílias de renda mais baixa. Para estas, o aumento de preços foi de 1,12%, contra 0,88% para as famílias com renda mais alta.

Ao longo do ano, a inflação acumulada foi de 4,8% para os mais pobres e de 4,28% aos mais ricos. O grupo de menor renda pesquisado recebe até R$ 1.650,50 por mês de salário, enquanto o de maior renda, mais de R$ 16.509,66. Por outro lado, o grupo que apresenta a maior alta acumulada do ano é o de famílias de média-baixa, que recebem entre R$ 2.471,09 e R$ 4.127,41, com variação de 5% no ano.

Ouça no podcast do Eu, Rio! (eurio.com.br) a análise da técnica de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Maria Andreia Parente Lameiras, sobre o impacto maior da alta de preços sobre itens de maior consumo relativo das famílias de menor renda.

A habitação contribuiu pelo terceiro mês seguido para o aumento dos preços das famílias de menor renda, que sofreu reajuste de 7,88% das tarifas de energia elétrica. Outro impacto veio da alta do petróleo, aliada a uma leve desvalorização cambial, que fez subir o preço do gás de botijão. A variação foi de 4,17% em julho, décima quarta elevação seguida registrada.

Em seguida, foram a alimentação e bebidas que mais contribuíram para a alta da inflação nas famílias mais pobres. Apesar da deflação em itens como arroz (-2,35%), feijão preto (-1,87%), batata (-12,03%) e óleo de soja (-0,01%), a alta dos preços das carnes (0,77%), das aves e ovos (2,84%) e de leites e derivados (1,28%) contribuiu para o aumento. Essas famílias também sofreram o aumento dos transportes, sobretudo, dos ônibus urbano (0,38%), intermunicipal (0,34%) e interestadual (0,55%).

As famílias de maior renda foram afetadas, por sua vez, pelos reajustes da gasolina (1,6%), das passagens áreas (35,2%) e do transporte por aplicativo (9,4%). Essas famílias, além de terem um menor impacto das altas dos alimentos e da energia elétrica, dado o menor peso desses itens em seus orçamentos, foram beneficiadas pela queda de 1,4% nos preços dos planos de saúde.

No comparativo com julho de 2020, a inflação foi maior em todos os segmentos de renda. As famílias mais pobres tiveram alta menor dos alimentos no domicílio (0,14%), na energia elétrica (2,6%) e no preço do gás de botijão (0,11%). Já para o segmento de renda mais alta, embora o aumento da gasolina tenha sido maior em julho do ano passado (3,4%), a deflação de 0,12% apresentada pelo grupo educação, combinada com a quedas das passagens aéreas (-4,2%) e o recuo nos preços dos serviços pessoais (-0,22%) e de recreação (-0,11%) influenciaram este cenário melhor em 2020.

Os dados acumulados em doze meses mostram que, apesar da aceleração inflacionária, a taxa de inflação das famílias de renda muito baixa (10,1%), cuja inflação acumulada no período é a maior registrada desde agosto de 2016 (10,6%), em patamar acima da observada na faixa de renda alta (7,1%), ainda pressionada pelas altas de 16% dos alimentos no domicílio, de 20,1% da energia elétrica e de 29,3% do gás de botijão no período. Já para as famílias de renda mais alta, boa parte dessa inflação acumulada vem do reajuste de 41,3% dos combustíveis, de 42,9% das passagens aéreas e de 13,0% dos aparelhos eletroeletrônicos no período.

Por Portal Eu, Rio!
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