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Espetáculo teatral debate violência contra a mulher

Monólogo documental de Gabriel Taco foi desenvolvido a partir de depoimentos reais

Por Moura Júnior em 30/08/2021 às 16:50:14

Foto: Divulgação

Na próxima sexta-feira (3), estreia o novo trabalho cênico do ator e escritor Gabriel Taco, na Casa de Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, na Zona Sul carioca. A peça "Relatos de um homem só" tem como ponto de partida um dos debates mais importantes da sociedade atual: a violência contra a mulher e foi escrita a partir de depoimentos de algumas vítimas.

Escrito e interpretado pelo ator, com a colaboração da diretora Gabriela Guinatti e preparação corporal de Meg Lovato, o monólogo ficará em cartaz, com temporada presencial, todas às sextas e sábados, entre 03 e 25 de setembro, a partir das19h.

De acordo com Gabriel Taco, o projeto discute a masculinidade e aborda a importância da participação dos homens no debate.

“Os homens precisam, urgentemente, rever os seus papéis dentro da sociedade. Olhar para dentro, revisitar seu passado e identificar quem é esse sujeito que precisa recorrer à violência em suas relações. O que é, verdadeiramente, ser homem? As mulheres pedem socorro há muito tempo, os casos aumentaram em meio à pandemia. Chegou o momento dos? homens participarem ativamente deste debate público.? A montagem é uma tentativa de iluminar a caixa onde foi alicerçado o masculino para elucidar seus enganos, provocar discussões e buscar saídas”, ressaltou o autor.

Ele ainda destacou que ia deia da peça surgiu através de uma inquietação pessoal com relação às alarmantes estatísticas relacionadas a todo tipo de violência praticada contra a mulher.

“Acompanhar repetida e diariamente notícias sobre mortes de mulheres fez com que eu mergulhasse de cabeça na questão. A pesquisa começou de forma digital, em sites? especializados no tema, grupos de mulheres em mídias sociais, fóruns de discussões, vídeos no YouTube, documentários sobre construções de masculinidades (‘The Masked you live in’, ‘O silêncio dos homens’, ‘Precisamos falar com os homens’), além da coleta de depoimentos de pessoas próximas que, sabendo da iniciativa, decidiram revelar também suas violências íntimas”, explicou Gabriel.

Ele também contou que, no palco, se desdobra em quatro tipos de homens. Um discreto e agressivo controlador, um grotesco inconsciente, um? coach? com técnicas sexuais mirabolantes e um depressivo à beira do suicídio. Todos são personagens que, fora da peça, circulam entre nós. Por isso, apresentando tipos verossímeis, o espetáculo almeja provocar a reflexão por meio de relatos reais, provocativos, contundentes e diretos.

“Como tudo que está ali, em cena, é real, baseado em acontecimentos reais e cotidianos, todos os gêneros acabam de certa forma, se identificando, enxergando-se no palco e percebendo quais papéis representam dentro desse contexto.? Não é um tema fácil de ser abordado, principalmente por toda a questão social que o envolve, mas o papel da arte é exatamente esse, o de escancarar realidades e comportamentos que muitas vezes permanecem velados e intocáveis na sociedade. É colocar o ser humano frente a frente consigo mesmo”, salientou o ator.

Vale destacar que, nos últimos anos, as ferramentas legais com foco no enfrentamento aos diferentes tipos de violência foram se consolidando. A criação da Lei Maria da Penha, a mudança na Lei do Crime de Estupro, a Lei do Feminicídio e a mais recente Lei de Importunação Sexual são exemplos desta evolução e são temas que também são discutidos por Gabriel.

“Mulheres são mortas diariamente por seus ex ou atuais parceiros. E por? que eles continuam, insistentemente, tirando as suas vidas,? é uma pergunta que deve ser feita.? ? Mudam-se? leis, projetos são criados, casos são divulgados exaustivamente,? vítimas? compartilham seus hematomas? na? internet. Alguns são? punidos, mas? o que se percebe? realmente? de efetivo? Porque os casos só aumentam? Repetidamente o que se vê são pedidos desesperados de socorro. Por? quê?”, concluiu.

"Relatos de um homem só" fica em cartaz de 03 a 25 de setembro, todas às sextas e sábados, a partir das 19? h, na Casa de Cultura Laura Alvim, que fica localizada na Av. Vieira Souto,? 176, em Ipanema. Os ingressos custam R$ 50? (inteira) e R$ 25? (meia-entrada).

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