Candidatos à Presidência da República participaram do penúltimo debate do primeiro turno na sede da TV Record, em São Paulo. Mesmo ausente, o principal alvo do encontro foi o líder nas pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro (PSL). Fernando Haddad, que aparece em segundo lugar, também foi muito criticado. Bolsonaro não participou por recomendação médica, devido ao ataque que sofreu há 24 dias.
Os candidatos não falaram muito de propostas, preferindo atacar Bolsonaro e lembrar o histórico de corrupção do PT. No final, chamou a atenção algumas prováveis alianças para o segundo turno: Ciro, Haddad e Boulos disputando espaços, mas evitando ataques entre si. Marina batendo em Bolsonaro e em Lula e Dilma, citando partidos, mas evitando menções pessoais a Alckmin e Ciro.
Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede) participaram do debate. Os demais presidenciáveis não estiveram no debate por pertencerem a partidos com menos de cinco representantes no Congresso Nacional.
Foram quatro blocos, englobando comentários sobre temas de interesse dos eleitores que irão às urnas no próximo dia 7 de outubro. Desemprego, corrupção, educação, saúde, segurança e investimento foram os mais recorrentes.
Nos três primeiros blocos, os candidatos fizeram perguntas entre si, com temas de livre escolha e ordem definida por sorteio. O último bloco ficou por conta das considerações finais dos presidenciáveis.
Logo no primeiro bloco, os candidatos comentaram sobre o congelamento dos gastos públicos para saúde e educação, e a importância de uma reforma política.
Ciro Gomes perguntou a Marina Silva sobre declaração de Bolsonaro, de que não irá reconhecer o resultado das eleições se ele não for o vencedor. Marina classificou a fala como "antidemocrática" e "um desrespeito à Constituição". "O PT e o Bolsonaro são cabos eleitorais um do outro", criticou a candidata. Ciro concordou com o comentário.
O candidato Guilherme Boulos questionou Fernando Haddad, no segundo bloco, sobre a aliança do petista com apoiadores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O candidato disse que observa que as pessoas "estão desiludidas". "É um grito de desespero", afirma.
Haddad aproveitou para ressaltar que é defensor do povo. "Gostaria que cada brasileiro tivesse um livro na mão e uma carteira de trabalho assinada na outra", disparou.
No terceiro bloco, os candidatos falaram sobre economia, principalmente a criação de empregos. Haddad comentou a proposta de criar uma nova Constituição para retomar a economia, com um texto mais "moderno".
Ciro criticou a proposta, comparando a ideia com a do vice de Bolsonaro, Coronel Mourão, que fala na criação de uma Constituição por um grupo de "notáveis", que não foi eleito pelos cidadãos.
Marina ressaltou o desemprego como um problema grave no pais e questionou Cabo Daciolo sobre a proposta dele para gerar vagas. O candidato apontou para Meireles e Haddad, criticando PT e MDB: "Eles são os culpados pelos milhões de desempregados no país nos últimos anos", alfinetou.