A Polícia Federal investiga uma quadrilha que usa dados falsos para sacar abono salarial e, durante nove anos, chegou a desviar R$ 27 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) utilizando dados de pessoas vivas ou mortas. A Justiça bloqueou 10.330 números do PIS utilizados na fraude.
A PF iniciou a investigação em Montes Claros (MG). Na cidade, os investigadores descobriram 28.375 vínculos falsos de emprego além de 100 empresas cujos dados estão sendo usados pelos fraudadores de modo indevido. Desse total, 70% eram de pessoas que já morreram.
A investigação foi batizada de Operação XIV, uma referência ao décimo quarto salário, como é conhecido o abono salarial do PIS. Com 110 policiais envolvidos, os agentes cumprem 44 mandados judiciais em 1º de outubro. Quatro mandados de prisão preventiva, sete mandados de prisão temporária e outros 33 mandados de busca e apreensão em dez cidades mineiras, inclusive na capital.
A justiça também determina o bloqueio de 10.330 números do PIS. Eles estavam sendo utilizados nas fraudes. O Ministério do Trabalho colabora com as investigações disponibilizando dados das empresas afetadas pelas fraudes.
A investigação
Os agentes começaram a investigação há sete meses. Os nomes dos envolvidos na fraude ainda não foram divulgados. Tudo começou com a identificação de mais de 100 empresas cujos dados eram utilizados indevidamente para o encaminhamento de RAIS falsas, declarando ao Ministério do Trabalho e Emprego o vínculo falso de emprego de 28 mil pessoas nessas empresas.
A ação possibilitava a arrecadação de um salário mínimo para cada vínculo declarado. Eles conseguiram incluir pessoas falecidas na relação.