“Uma ideologia que ignora os nascituros, os doentes e os deficientes por considerá-los insignificantes está presente em vários organismos da Organização das Nações Unidas (ONU)”, denunciou o chefe da Delegação da Santa Sé ante a ONU, Dom Paul Gallagher. O discurso foi feito durante a 73.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, que terminou nesta semana em Nova Iorque. O evento contou com a participação de chefes de Estado e de governo dos 193 países-membros da organização.
Dom Gallagher disse que a Santa Sé está preocupada com a interpretação limitada do direto à vida. “Esta tendência se evidencia de forma particular na corrente do discurso de direitos humanos que se nega a reconhecer o valor inerente a dignidade da vida humana em todas as etapas, em seu início, desenvolvimento e fim”, esclareceu.
Ele lamentou essa relativização, pela atribuição de valor e direitos aos fortes e saudáveis, enquanto os frágeis são descartados. Destacou que as crianças no útero materno, as pessoas idosas e com deficiência são tratadas como se fossem desnecessárias, como um peso para a sociedade.
“O mundo precisa recuperar uma visão global da pessoa humana e dos direitos humanos, pois qualquer visão reducionista, inevitavelmente, desumaniza e exclui determinadas pessoas, abrindo assim caminhos à desigualdade, à injustiça e ao dano. É escandaloso comprovar que os direitos humanos continuam sendo violados hoje, sete décadas depois da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos”. A afirmação se deve ao Artigo 3 da declaração: “Todo ser humano tem direito à vida”.
Declaração Universal dos Direitos Humanos:
https://www.ohchr.org/EN/UDHR/
Vídeo com o discurso completo: http://webtv.un.org/search/