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Designer lança o primeiro desenho animado em libras do país  

Brasil conta com quase 10 milhões de surdos

Por Portal Eu, Rio! em 04/10/2018 às 11:12:18

O desenho animado tem o objetivo de amenizar o desconhecimento a respeito das linguagem de Libras (Foto:divulgação)

Foi após ter dificuldade em se comunicar com uma pessoa surda durante uma festa de casamento, que o design gráfico de Itajaí, em Santa Catarina, Paulo Henrique dos Santos, 28 anos, teve a ideia de criar um desenho inteiramente em libras - a Língua Brasileira de Sinais. Paulo achou que o melhor caminho para amenizar o desconhecimento das pessoas a respeito das Libras seria através das crianças. E o desafio se transformou  em “Min e as Mãozinhas”, o primeiro desenho animado infantil feito por um brasileiro utilizando exclusivamente a Língua Brasileira de Sinais, unindo entretenimento e educação. O projeto foi lançado oficialmente no Youtube  semana passada, quando foi comemorado o Dia do Surdo. Atualmente são quase 10 milhões de surdos no Brasil, o equivalente a quase 5% da população brasileira.

"Min e as Mãozinhas" é direcionado às crianças com idade entre três a seis anos e tem o objetivo de educar e mostrar que as crianças são iguais, sejam surdas ou ouvintes. Em cada um dos episódios, serão ensinados cinco sinais de libras. O primeiro tem oito minutos e conta a história de Yasmin, a menina surda conhecida como Min. Na história, ela estava na casa da árvore quando um esquilo encontrou pegadas no chão e quis saber de quem eram. Juntos eles seguem até a floresta para descobrir quem deixou os sinais e pelo caminho encontram o elefante, o gato e o sapo. Os encontros são oportunidades para que Min ensine, na Língua Brasileira dos Sinais, coisas simples como dizer o próprio nome e cumprimentar.

Projeto busca parceiros para mais abrangência

Para desenvolver o projeto, Paulo, que já participou da produção de desenhos como "Turma da Mônica" e "Sítio do Pica-pau Amarelo"; contou com  a orientação de profissionais do Centro Municipal de Educação Alternativa de Itajaí (CEMESPI) e a supervisão pedagógica de Isabel Hermes que propôs a união das histórias ao método do ensino de idiomas. Foram dez meses desenvolvendo o projeto. A intenção é de ir mais além: o projeto deve envolver o uso de livros didáticos, mas para isso, Paulo precisa encontrar parceiros, empresas que ajudem a dar continuidade ao trabalho”, explicou. Caso consiga patrocínio, Paulo Santos pretende produzir e lançar mais 13 episódios para a primeira temporada. 

"Quando tive a ideia de criar o projeto, fiz uma busca e descobri que não havia nada semelhante no Brasil. Os desenhos infantis ajudam no desenvolvimento e divertem, mas não tem a preocupação de chegar a uma criança surda. Meu objetivo é fazer com que as crianças aprendam palavras suficientes para ter um diálogo básico com um amiguinho surdo. Tornando a comunicação viável, a qualidade de vida se torna melhor”, disse.  

A experiência de comunicação dos surdos é extremamente visual e eles dependem exclusivamente das Libras para se comunicar e obter informação. No Brasil, os surdos só começaram a ter acesso à educação durante o Império, no governo de Dom Pedro II, que criou a primeira escola de educação de meninos surdos, em 26 de setembro de 1857, na antiga capital do País, o Rio de Janeiro. Hoje, no lugar da escola funciona o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).


Veja aqui o primeiro desenho animado em libras:    https://www.youtube.com/watch?v=zNCczm3jzgo

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