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Pesquisadores brasileiros descobrem molécula derivada de corante que pode inativar coronavírus

Instituto de Ciências Biomédicas da USP divulgou resultados de testes na revista Scientific Reports

Por Portal Eu, Rio! em 01/11/2021 às 22:14:45

Foto: Pixabay

Mesmo com os casos e óbitos causados pela covid-19 reduzindo nos últimos meses, a doença ainda provoca medo na população pelo fato de não ter um medicamento comprovadamente eficaz que resolva esse problema. Mas o resultado de uma pesquisa feita pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), em parceria com a empresa Golden Technology, mostra ser animador. Isso porque os cientistas conseguiram produzir em escala uma molécula derivada do corante ftalocianina capaz de inativar o novo coronavírus.

Testes feitos no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) e publicados na revista Scientific Reports demonstraram que o composto reduziu em 99,96% a carga viral em culturas de células sem causar alterações metabólicas (efeitos citotóxicos). Já um ensaio clínico conduzido por pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP) revelou que o uso intensivo de um enxaguante bucal contendo o composto antiviral por pacientes internados em um hospital público da cidade, em estágio inicial da infecção, contribuiu para diminuir os sintomas e o tempo de internação.

“A molécula é capaz de se ligar ao oxigênio presente no ar. Quando ocorre essa ligação, o oxigênio torna-se mais ativo, causando danos oxidativos no vírus”, diz o professor do IQ-USP e coordenador do projeto à Koiti Araki em entrevista à Agência de Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

“Esse ativo é difícil de produzir e os rendimentos eram muito baixos. No laboratório, conseguimos desenvolver um processo que diminuiu em mais de 90% a quantidade de resíduos e reagentes, bem como o tempo de produção”, prossegue Araki.

A ftalocianina de ferro possui grupos aniônicos – grupos iônicos com carga negativa – que ativam o íon de ferro situado no centro da molécula para que consiga se ligar ao oxigênio presente no ar e torná-lo reativo. Dessa forma, o oxigênio passa a se comportar como o ozônio ou o peróxido de hidrogênio, causando danos oxidativos em microrganismos como vírus, fungos e bactérias.

O conteúdo da pesquisa pode ser acessado na íntegra aqui.

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