A indústria de bicicletas poderia festejar o crescimento de 15,7% nas vendas; Mas segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o resultado poderia ter sido bem maior do que as 723.950 unidades comercializadas em 2021.
O vice-presidente do Segmento de Bicicletas da Associação, Cyro Gazola, enfatiza que as fábricas têm capacidade para produzir mais, no entanto, a escassez de peças e componentes trava o ritmo das linhas de produção.
“Esse problema desorganiza toda a cadeia produtiva, pois temos dificuldades para montar alguns modelos de bicicletas”, esclarece.
A crise de abastecimento, no entanto, está longe de ser solucionada. De acordo com Gazola, o problema ainda deve persistir até meados de 2022.
“A procura pela bicicleta cresceu no mundo todo e, mesmo trabalhando com sua capacidade total, os fornecedores não conseguem atender aos nossos pedidos nem de outros países”, explica. Cerca de 50% dos itens de uma bicicleta, como sistemas de freios, transmissões, suspensões e selins são importados de fornecedores globais.
Mesmo diante dessas dificuldades, as associadas da Abraciclo mantêm seus investimentos nas linhas de produção e em novas tecnologias. A Sense Bike, por exemplo, inaugurou sua segunda fábrica na capital amazonense, no início deste mês. Na unidade atual, que foi ampliada, serão produzidos os quadros da Sense Bike e da Swift Carbon em alumínio; enquanto na nova será feita a montagem de rodas e de bicicletas completas das duas marcas. A perspectiva da empresa é dobrar sua capacidade produtiva já a partir de 2022 e, gradativamente, quadruplicar o volume de bicicletas fabricadas nacionalmente.
O vice-presidente do segmento de bicicletas afirma que isso comprova o esforço das fabricantes em se aprimorar constantemente para atender às exigências do consumidor, oferecendo produtos com nível de qualidade mundial e alto valor agregado. “Mesmo diante das dificuldades as empresas anunciaram importantes lançamentos de produtos neste ano. São bicicletas referência em tecnologia e que ajudam a tornar a indústria nacional ainda mais competitiva em relação às marcas globais.”, diz Gazola.
Na avaliação do executivo, as dificuldades enfrentadas pelo setor ao longo de 2021, devido à pandemia do coronavírus e à falta de insumos, podem comprometer a projeção de fabricar 820 mil unidades.
Entre os tipos de bicicletas comercializadas no mercado, as elétricas também ganham destaque. A Abraciclo diz que de janeiro a novembro, 9.368 unidades saíram das linhas de montagem, volume 118,7% superior às 4.283 bicicletas fabricadas no mesmo período de 2020. No entanto, elas representam apenas 1,3% da produção das fabricantes do Polo de Manaus, demonstrando o grande potencial de crescimento desse segmento.
“A bicicleta elétrica é uma boa opção de deslocamento nas cidades e será cada vez mais comum vê-la nas ruas. O mercado para esta categoria cresce ano a ano e a perspectiva é que continue em alta. É uma tendência global de consumo: optar por produtos em sintonia com o meio ambiente e adotar um estilo de vida mais saudável”, afirma Gazola.
A categoria preferida pelos brasileiros é a Moutain Bike (MTB). É uma bicicleta equipada com suspensões e maior número de marchas, entre outros itens que garantem mais desempenho e permite ao ciclista pedalar tanto na cidade como na estrada. No acumulado do ano, 445.666 unidades saíram das linhas de montagem do Polo de Manaus, o que corresponde a 61,6% do volume fabricado e aumento de 33% na comparação com o mesmo período de 2020 (335.145 bicicletas).
Fonte: Abraciclo