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Horário de verão sofre resistências no Senado

Prática pode acabar caso seja aprovado o projeto do senador Airton Sandoval (PMDB-SP).

Por Cláudio Rangel em 16/10/2018 às 18:52:26

Com horário de verão, atividades na praia terminarão mais tarde (Foto: Fábio Gonçalves)

O governo federal voltou atrás e anunciou o início do horário de verão para o dia 4 de novembro, o mesmo dia de uma das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Mas adiantar o relógio em uma hora já não agrada tantos assim. Tramita no Senado projeto que pretende extinguir o horário de verão em todo o território nacional, de autoria do senador Airton Sandoval (MDB-SP).

O senador justifica que a cada ano o brasileiro é submetido a uma mudança drástica em sua rotina por conta do horário de verão. Põe em dúvida a viabilidade econômica da medida. Cita estudos com resultados negativos da mudança de horário para a saúde física, mental e para o comportamento social.

Para o senador, a tese de redução do gasto de energia por conta do aproveitamento da luz solar não sobrevive a uma análise econômica mais ampla. E mais. Sandoval cita estudos que vinculam a instituição do horário de verão ao aumento de infartos do miocárdio, aumento da pressão arterial e agravamento do diabetes mellitus tipo 2.

“...a privação do sono causada pelo horário de verão tem vários efeitos: irritabilidade, comprometimento cognitivo (aprendizagem), perda ou lapsos de memória, comprometimento do julgamento moral (que levaria à prática de crimes), sonolência, bocejos, alucinações, comprometimento do sistema imunológico, agravamento de doenças cardíacas, arritmias cardíacas, redução no tempo de reação (causa acidentes no trânsito), tremores, dores, redução da precisão (leva a acidentes de trabalho), aumento dos riscos relacionados com a obesidade e supressão do processo de crescimento (em adolescentes).

Prejuízo para estudantes

Com a decisão, 5,5 milhões de estudantes terão que acordar mais cedo para as provas do Enem. Elas estão marcadas para 4 e 11 de novembro. Quem mora nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal terão que adiantar o relógio em uma hora.

Um dos motivos alegados pelo governo para não mudar a data de início do novo horário foi para não prejudicar passageiros de aviões. A mudança poderia ser prejudicial a quem comprou passagem com antecedência, divulgou o governo.

O governo fixou o dia 16 de fevereiro de 2019, sábado, como data do término do horário de verão.

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