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Tristeza em preto-e-branco

Apaixonado pelo Botafogo, motorista da família Marinho será enterrado em Mesquita

Veículo que ele dirigia, com dois seguranças na escolta a um dos donos da TV Globo, teria sido alvo de tentativa de assalto, no Alto da Boa Vista, na madrugada deste sábado (11)


Will estava casado há cerca de dois anos. Foto: Arquivo pessoal

Neste domingo (12), a partir das 12h30, será velado no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, o corpo do motorista Willians Pereira da Silva, morto durante suposta tentativa de assalto na madrugada de hoje, no Alto da Boa Vista, a um membro da família Marinho, proprietária do Grupo Globo. O enterro está marcado às 16h30.

Will, como era conhecido, morou a maior parte de sua vida em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Casado há cerca de dois anos, com dois enteados e sem filho, ele e a esposa tinham se mudado para a Pavuna, bairro limítrofe com algumas cidades da Baixada.

A reportagem conversou com Rogério Lima, amigo de Will, que transmitiu a mensagem da viúva em vários grupos.

"O Will trabalhava em uma empresa de vigilância e se destacou. A empresa pagou um curso para ele, específico para motorista de VIPs [sigla para celebridades e figuras públicas em geral], e pela conduta e índole dele confiou-o aos Marinho", diz ele. "Ele já estava há bastante tempo lá [trabalhando para a família], uns cinco anos, se não me engano".

Ex-operador de tráfego na CET-Rio, Lima usa a moto para trabalhar na Prefeitura de Mesquita. Ele se emociona também ao recordar que não deu tempo para os dois andarem junto. "Estava tão feliz que tinha conquistado a moto dele". Os dois frequentavam a casa um do outro e se tratavam como parentes.

Entramos em contato com o dono de uma empresa de vigilância do Rio, que ressaltou uma garantia fundamental à proteção desses trabalhadores.

"Todo vigilante tem direito a seguro de vida pago pela empresa, desde que a empresa tenha contratado. Pois, apesar de ser uma obrigação, nem sempre é cumprida", esclarece ele.

No mesmo veículo que o motorista, estavam o policial civil Eduardo Paiva de Queiroz, que também foi morto e complementava a renda como segurança particular, e outro integrante da equipe, que conseguiu escapar. Não conseguimos descobrir quem é o membro da família Marinho nem se ele estava dentro do Jeep Compass.

Willians e Eduardo foram levados com vida por policiais militares que estavam em uma viatura que patrulhava o bairro, mas os dois não resistiram ao chegar no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.

Amor ao Botafogo

Torcedor do Botafogo, ele chegou a usar o sobrenome Schweinsteiger nas redes sociais, a partir da Copa de 2010, numa alusão ao volante alemão Bastien Schweinsteiger. Will foi membro da Loucos Pelo Botafogo quase desde o início da torcida, em 2006. Integrava a banda e fazia registros em vídeo durante os jogos, sobretudo no Estádio Olímpico Nilton Santos, para postar em seu canal pessoal no YouTube.

A reportagem tentou contato com o organizador de um jogo festivo realizado hoje, no Nilton Santos, entre dois times liderados por ídolos alvinegros, Loco Abreu e Túlio Maravilha. Perguntamos a Jorge Magdaleno se seria possível uma homenagem a Will antes de começar o jogo. Ele nos respondeu lamentando que não tenha lido as mensagens a tempo de homenageá-lo.

Comemorativa de Natal e visando à arrecadação de doações, a partida contou com a presença em campo de um Papai Noel e terminou 3 a 1 para os companheiros do campeão brasileiro de 1995.

A Loucos fez uma postagem no Facebook, à memória do ex-componente.

Postagem ressalta o envolvimento de Will com a torcida. Reprodução/Facebook (Loucos Pelo Botafogo)

Alto da Boa Vista Segurança Pública Violência urbana Botafogo Mesquita

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