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Marina Silva declara apoio crítico a Fernando Haddad

A ex-candidata faz duras críticas às duas candidaturas

Por Alexandra Silva em 22/10/2018 às 23:40:58

Marina ressaltou que não reconheçe nas falas do candidato Bolsonaro as palavras de Jesus. Foto: Agência Brasil

A poucos dias da eleição do segundo turno para presidente, a ex- candidata ao pleito Marina Silva (REDE) declarou, nesta segunda-feira (22), seu apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT). Em nota, Marina Silva, que obteve 1% de votos válidos, se diz muito preocupada com os rumos da nação com uma possível eleição de Jair Bolsonaro (PSL).

Marina Silva protagonizou durante os debates, alguns embates com o candidato Jair Bolsonaro, por suas declarações polêmicas. E se posicionou junto ao seu partido político, Rede Sustentabilidade, recomendando que seus filiados e simpatizantes não apoiassem Jair Bolsonaro, pelo perigo que sua campanha anuncia contra a democracia, direitos civis e meio-ambiente.

Marina também esclarece que voto crítico a Fernando Haddad é uma forma de se posicionar contra a maneira de fazer política do PT, o qual Silva acusa não assumir os graves prejuízos causados pela sua prática política predatória, sustentada pela corrupção que a Operação Lava-Jato revelou. E que revela ser a origem da grave crise econômica e social que o país enfrenta.

Além das questões que afetariam a democracia, Marina Silva revela que outro motivo importante para sua decisão é a sua consciência cristã, que faz com que ela não reconheça nas falas do candidato Bolsonaro as palavras de Jesus, em regar o ódio contra as minorias fragilizadas.

"A opção por um sistema econômico que nega direitos e um sistema social que premia a injustiça, faz da campanha de Bolsonaro um passo adiante na degradação da natureza, da coesão social e da civilização. Não é um retorno genuíno ao mandamento do amor, é uma indefensável regressão e, portanto, uma forma de utilizar o nome de Deus em vão", disse em nota.

No entanto, a ex-candidata revela que pesou as candidaturas de Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) e avaliou que mesmo não estar fechando uma aliança partidária com o PT. Marina Silva entende que declarar apoio a Fernando Haddad (PT) é fugir do reducionismo político e se posicionar com coerência diante da manutenção da democracia.

"Diante do pior risco iminente, de ações que, como diz Hannah Arendt, "destroem sempre que surgem", "banalizando o mal", propugnadas pela campanha do candidato Bolsonaro, darei um voto crítico e farei oposição democrática a uma pessoa que, "pelo menos" e ainda bem, não prega a extinção dos direitos dos índios, a discriminação das minorias, à repressão aos movimentos, o aviltamento ainda maior das mulheres, negros e pobres, o fim da base legal e das estruturas da proteção ambiental, que é o professor Fernando Haddad", declarou Marina Silva.


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