Professora fala sobre emoção de encontrar meteorito nas cinzas do Museu Nacional

“Aqui é o Angra. Está cozidinho, cozidinho. Tostado!”, disse a professora da área de meteorítica do Museu Nacional, Maria Elizabeth Zucolotto na sexta-feira (19) no momento em que encontrou o meteorito Angra dos Reis em meio aos escombros. De valor inestimável, o artefato estava em um cofre mais resistente e foi encontrado intacto dentro de um armário de ferro que resistiu ao fogo do incêndio que atingiu o Palácio, no dia 2 de setembro.

O meteorito tem 70 g e caiu na baía de Ilha Grande, em Angra dos Reis, no dia 20 de janeiro de 1869. Na época, dois fragmentos dele foram recuperados. Os cientistas acreditam que um terceiro fragmento ainda se encontra no fundo da baía.

Maria Elisabeth conta como foi reencontrar o meteorito após o incêndio do museu. “Resgatei os (meteoritos) que estavam na exposição. Os trabalhos no Museu estão na etapa de escora. Conforme escoram as paredes, entramos nas salas. Entrei na minha sala, que estava cheia de escombros no caminho. Deu para chegar ao armário de ferro. E tinham outros meteoritos”, disse a professora ao Portal Eu, Rio!

O meteorito Angra dos Reis, por ser valioso, estava em um recipiente mais protegido do que outros meteoritos. Mas poderia estar mais bem guardado. A professora havia solicitado verba para a realização de uma exposição em 2015, para a Faperj. “Mas a verba não chegou”, disse.

Valor incalculável

A professora disse que um material como o Angra não tem valor. “Não é como ouro que você vende em qualquer esquina”, disse.

O Angra dos Reis é o único meteorito avistado e resgatado logo após cair na Terra.Não chegou a sofrer danos por conta de tempestades ou excesso de calor. Já foi submetido a uma série de pesquisas ao longo do último século. “O Angra dos Reis tem uma importância tão grande, que batizou uma nova classe de meteoritos”, disse Maria Elizabeth Zucolotto.