A chegada do candidato ao governo do Rio Wilson Witzel (PSC) ao debate do SBT, na tarde desta terça-feira (23), foi marcada por confusão. A van em que o ex-juiz estava foi cercada por militantes de Eduardo Paes (DEM) que começaram a gritar palavras como "frouxo", referência a como Witzel foi chamado por Romário (Podemos) durante o debate da TV Globo. O ex-juiz ameaçou não participar do debate, mas a situação foi contornada com a escolta da PM.
Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) pouparam críticas ao candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro , que lidera as pesquisas. O debate no SBT foi marcado por ataques mútuos entre os candidatos ao Governo do Rio.
Quando foi questionado se considerava que Jair Bolsonaro respeitava o direito ao contraditório ?- diante de declarações do presidenciável de que vai dar "um ponto final a todo tipo de ativismo" ?-, Paes disse que Bolsonaro nunca teve "qualquer gesto de autoritarismo antidemocrático" com ele, e que seu contato com o parlamentar na Câmara no período em que foi deputado federal, entre 1999 a 2007, era de diálogo e debate.
Wilson Witzel minimizou o impacto da declaração do filho de Jair Bolsonaro, o deputado federal eleito por São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PSL), na qual o parlamentar questiona o poder do Supremo Tribunal Federal. No vídeo gravado antes do primeiro turno das eleições, o filho de Bolsonaro afirma que, para fechar a Corte bastaria "um cabo e um soldado".
Witzel lembrou a declaração do presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, que disse não ver risco à democracia na fala de Eduardo Bolsonaro.
No início do debate, Witzel evitou abrir ataques e perguntou sobre saídas para a crise de hospitais.
Eduardo Paes recorreu a um ataque duro, cobrando o episódio em que Witzel pediu que Luís Carlos Azenha levasse dinheiro a casa dele. Azenha escondeu o traficante Antonio Bonfim da Silva, o Nem da Rocinha, no porta- malas do carro dele e está sendo investigado sob a acusação de oferecer propina a policiais civis para liberarem Nem.
Witzel cobrou de Paes explicações sobre a delação premiada de Alexandre Pinto, ex-secretário de Obras na gestão do ex-prefeito, que afirmou existir rateio das obras entre as grandes empreiteiras, acertado no gabinete de Paes. Witzel citou também irregularidades na compra de merendas escolares.
Na resposta, Paes acusou Witzel de fazer uma generalização irresponsável a partir de um caso isolado. Paes citou auxiliares como Claudia Costin e Marcelo Calero para argumentar que montou uma equipe de alto nível, que não se envolveu em corrupção. Lembrou que Calero deixou o Ministério da Cultura denunciando o colega Geddel Vieira Lima, da Casa Civil.
Eduardo Paes foi questionado sobre as propostas de proteção das comunidades. As principais sugestões são a proibição dos disparos a partir de aeronaves, a suspensão das operações policiais em horário escolar, além de metas de redução da letalidade das ações das forças de segurança;
Paes evitou compromissos formais com as propostas. Argumentou que o uso da inteligência e de operações cirúrgicas pontuais permitirá um combate mais eficiente à violência e menos vítimas entre os policiais e os moradores.
Witzel negou que pretenda privatizar a Faetec e as Universidades estaduais - Uerj, UENF e Uezo. Lembrou a passagem pelo curso de Agrimensura no Ensino Médio para ilustrar a importância das escolas técnicas para a integração dos jovens ao mercado de trabalho. Witzel lembrou que em seu primeiro emprego, de topógrafo, ganhou um salário superior ao do pai.
Acusado de ensinar maracutaias, Witzel usou o direito de resposta para atacar o rival. Negou que tenha relações de amizade ou cumplicidade com advogados de traficantes. Ironizou o período em que Paes esteve nos Estados Unidos, dizendo que o ex-prefeito estava Curtindo a Vida Adoidado.
A referência é a um clássico dos Anos 80, em que Matthew Broderick encarna Ferris Buller, em que um aluno malandro engana o diretor da escola para aproveitar o dia em uma doença inventada.
Wilson Witzel minimizou o impacto da declaração do filho de Jair Bolsonaro, o deputado federal eleito por São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PSL), na qual o parlamentar questiona o poder do Supremo Tribunal Federal. No vídeo gravado antes do primeiro turno das eleições, o filho de Bolsonaro afirma que, para fechar a Corte bastaria "um cabo e um soldado".
Witzel lembrou a declaração do presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, que disse não ver risco à democracia na fala de Eduardo Bolsonaro.