O efervescente momento político estabelecido no Brasil tem dividido opiniões sobre o futuro do país. Sem dúvida, essas são as eleições presidenciais mais polarizadas da história, com parte do eleitorado inclinada para as propostas fundamentadas na ideologia de esquerda e a outra parte inclinada às propostas fundamentadas na ideologia de direita. Em entrevista exclusiva ao portal Eu, Rio!, o senador Eduardo Lopes (PRB) comentou esse cenário tão conturbado.
Eu, Rio!: Senador, nós estamos diante das eleições presidenciais mais polarizadas da nossa história. Como o senhor avalia as duas candidaturas que chegaram à disputa do segundo turno?
Eduardo Lopes: Como você colocou, é sim a mais polarizada das eleições em todos os tempos. É a Esquerda de um lado e a Direita do outro. O Brasil viveu nos últimos anos tão envolvido com crises, com problemas, que acabou não havendo um debate político aprofundado. Um debate mais construtivo.
ER: O senhor acha que o Brasil sente a falta de políticos mediadores, que tenham um bom trânsito tanto na Esquerda como na Direita. Nomes emblemáticos, como por exemplo Ulisses Guimarães, que teve atuação importante nos acordos para o fim do Regime de 64 e abertura política, e Nelson Mandela, figura importantíssima nos acordos que puseram fim ao Apartheid da África do Sul?
EL: Realmente. Essa é a figura do articulador, que transita bem dos dois lados e que ouve os dois lados, conseguindo trazer as convergências. Nós não podemos viver em cima de divergências. Precisamos de líderes que possam aglutinar ideias.
ER: A população brasileira, atualmente, se divide entre dois temores: Vencendo a candidatura que representa a Esquerda, o país seria arrastado para as mais extremas ideologias difundidas por essa corrente filosófica. Vencendo a candidatura que representa a Direita, o país, de igual forma, seria arrastado para as mais extremas ideologias difundidas por essa corrente filosófica. Como o senhor avalia esse cenário?
EL: São os extremos, mas são as urnas vão decidir isso. De qualquer forma, qualquer um que vença democraticamente tem que buscar o diálogo. Eu repito que temos que esquecer as divergências e buscarmos as convergências em favor do país. Acho que esse é o ponto principal para qualquer um que vá governar.
O senador Eduardo Lopes (PRB) era suplente de Marcelo Crivella no Senado e assumiu a vaga quando o atual prefeito do Rio deixou o Congresso para disputar a Prefeitura, no pleito de 2016. Lopes disputou as atuais eleições mas não conseguiu se reeleger. Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSC) conquistaram as duas vagas disponibilizadas ao estado do Rio de Janeiro para o Senado Federal.