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Família do congolês Moïse será incluída em programas de assistência social

Além das dificuldades financeiras, família tem medo de que a violência os alcance

Por Portal Eu, Rio! em 06/02/2022 às 14:02:54

Foto: Divulgação Prefeitura do Rio

Na sala simples de 4 x 2,5 metros, diante do sofá de dois lugares, numa mesinha baixa, uma flor amarela e vermelha homenageava Moïse Mugenyi Kabagambe. O olhar de sua mãe, Lotsove Lolo Lavy Ivone, demorava-se constantemente em sua foto com o sorriso estampado. Enquanto Djojo Baraka, 21 anos, e Kevin, 7 anos, irmãos do congolês brutalmente assassinado num quiosque na Barra da Tijuca, em 24 de janeiro, rodeavam a mãe, enquanto conversavam com a secretária municipal de Assistência Social, Laura Carneiro. Duas preocupações dominam a família nesse momento: além das dificuldades financeiras, o medo de que a violência os alcance também.

- Estou muito decepcionado, com medo. O Brasil pode mudar, mas vai demorar. Nem sempre dá para saber como é o coração da pessoa. Aqueles que conheciam ele, fizeram aquilo com ele – Djojo desabafou. Ele veio para o Brasil aos 10 anos, junto com Moïse, que tinha 14 anos na época.

Ao ser assassinado, o congolês tentava receber R$ 200 de duas diárias de trabalho para ajudar a família a pagar o aluguel do apartamento de cerca de 35 metros quadrados. “Tivemos que parar de estudar porque tinha que trabalhar”, relatou Djojo, que atualmente é auxiliar de cozinha.

Hoje de manhã (6), na cozinha acanhada, a amiga da família, Ange Mampuya, 37 anos, descreveu Moïse como “muito alegre e muito respeitoso”.

- Ele sempre me chamava de “Yá” Ange. Antes da pandemia, fazíamos festas e ele sempre cuidava do churrasco, animando todo mundo – contou ela. “Yá” significa mana, irmã. Ange chegou ao Rio de Janeiro no mesmo ano que a mãe de Moïse, 2014, fugindo de uma guerra tribal civil na região de Ituri, na República Democrática do Congo.

- Ele trabalhava muito no quiosque para ajudar a mãe. Foi muito doloroso o que aconteceu. Moïse era uma boa pessoa, sabia respeitar, sabia respeitar as pessoas mais velhas. Não tem sentido matar uma pessoa assim...

Ao ser informada de que Kevin está fora da escola há mais de seis meses, a secretária Laura Carneiro entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação buscando resolver a situação.

- Desde o primeiro momento a Prefeitura se colocou à disposição da família. Eles já estiveram com o prefeito Eduardo Paes e, agora, pediram que viesse para ouvi-los ainda mais e estarão sendo incluídos nos nossos programas socioassistenciais, tanto de transferência de renda, como de acolhimento e acompanhamento da família em vulnerabilidade – declarou ela.

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