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MovEndo: Movimento Brasileiro de Conscientização sobre a Endometriose fortalece Março Amarelo

Doença afeta cerca de 10% da população feminina brasileira

Por Portal Eu, Rio! em 28/02/2022 às 19:44:31

Foto: Divulgação

Propagar a conscientização sobre a endometriose, seus sintomas e tratamentos através de eventos, ações e debates relacionados ao tema. Este é o objetivo do Movimento Brasileiro de Conscientização da Endometriose (MovEndo), que será lançado em março em todo o país. Devido à pandemia de Covid-19, ainda em curso, para evitar aglomerações, boa parte das ações acontecerá em ambiente virtual. Independente do formato, o movimento pretende fortalecer a campanha mundial Março Amarelo. A endometriose afeta cerca de 10% da população feminina nacional.

Sobre a doença

A endometriose acontece devido ao crescimento inadequado do endométrio, tecido que recobre a parte interna do útero. Diante deste aumento anormal, o tecido pode migrar e se implantar em órgãos da região pélvica, atingindo principalmente ovários, parte inferior do útero, intestino e bexiga, gerando um processo inflamatório no organismo da mulher. Segundo o cirurgião ginecológico Marcos Travessa, diretor do Centro de Endometriose da Bahia e do núcleo de ginecologia do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), “quando o tecido endometrial se aloja fora do útero, ele não tem como sair e acaba sangrando para dentro da cavidade abdominal, gerando um quadro de dor acentuada”, explicou.

Ainda segundo o médico, as implicações da doença são variadas e preocupantes. Uma delas é o fato da endometriose ser a principal causa de infertilidade feminina. Além disso, muitas mulheres ficam acamadas e sentem dores intensas no período menstrual. Outras tantas precisam recorrentemente ir a unidades de emergência para serem medicadas. “A endometriose pode dificultar muito ou impedir que a mulher tenha uma vida sexual ativa, devido à dor durante a relação. Também por isso a inflamação precisa ser muito bem tratada”, afirmou Travessa.

Em algumas mulheres, a endometriose não apresenta sintomas específicos, o que pode retardar o diagnóstico. Em outros casos, porém, a paciente pode ser acometida por cólicas menstruais intensas e dor antes ou durante a menstruação; dor difusa ou crônica na região pélvica; fadiga crônica e exaustão; alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação; além da dificuldade para engravidar.

O diagnóstico é feito a partir de um histórico detalhado apresentado pela paciente durante uma consulta médica, associado ao exame físico, ultrassom e/ou ressonância magnética. Não há cura para a doença, mas se a mulher se submeter ao tratamento adequado, os incômodos e consequências podem ser diminuídos drasticamente, evitando, inclusive, que a paciente tenha sua capacidade fértil comprometida.

O uso de contraceptivos hormonais pode ajudar a bloquear os hormônios femininos, controlando sintomas e evitando a progressão da doença. Além disso, mudanças comportamentais como dieta anti-inflamatória, exercício físico regular e hábitos de vida saudáveis, como restrição do uso de álcool e fim do tabagismo, dentre outras medidas, são fundamentais no controle dos sintomas.

A cirurgia costuma ser o melhor caminho para a paciente que quer ter filhos e não consegue por causa da endometriose. Nos Estados Unidos, a maioria das cirurgias para tratamento da endometriose é feita na modalidade robótica. A tecnologia chegou ao Brasil em 2008. Desde então, a demanda pela cirurgia robô-assistida para tratamento da doença tem crescido consideravelmente. O robô dá ao médico uma visão ampliada e em três dimensões (3D), permite movimentos mais precisos e traz menos morbidade para as pacientes que, em geral, recebem alta hospitalar no dia seguinte ao procedimento. Além de menores riscos de complicações, a cirurgia robótica, uma evolução da videolaparoscopia, caracteriza-se por menores taxas de sangramento e dor no pós-operatório e pela recuperação mais rápida.

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