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Especialista aponta falta de informação e diagnóstico tardio como principais obstáculos para tratamento da doença renal crônica

Campanha tem como foco “Saúde dos rins para todos: Educando sobre a doença renal”

Por Portal Eu, Rio! em 10/03/2022 às 14:13:09

Foto: Divulgação

Assintomática e de avanço silencioso, na maioria das vezes, a doença renal crônica (DRC) é a mais prevalente entre as patologias que afetam os rins. Estima-se que a DRC cause 2,4 milhões de mortes a cada ano e, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), até 2040, a doença deverá ser a quinta maior causa de morte em todo o mundo. Apesar dos números tão elevados, a falta de conhecimento e a demora no diagnóstico são os principais fatores que atrasam o início do tratamento da DRC.

“Muitas vezes, só é possível diagnosticar a doença tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido, com a necessidade do encaminhamento à diálise e até mesmo para a fila de transplantes”, afirma a nefrologista Deise de Boni Monteiro de Carvalho, responsável pelos serviços de Nefrologia, Diálise e Transplante do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP - RJ) e coordenadora do serviço de Transplante Renal do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF - RJ). Para combater a falta de informação e aumentar a conscientização a respeito da doença renal crônica, a SBN coordena a campanha 2022 do Dia Mundial do Rim que tem como foco “Saúde dos rins para todos: Educando sobre a doença renal”.

“O conhecimento sobre a doença e a adoção de hábitos saudáveis são medidas importantes para que o paciente renal crônico possa ter mais qualidade de vida”, alerta Deise, que é uma das fundadoras da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos e Tecidos (ABTO). Filtrar o sangue para controlar a quantidade de água e de sal no organismo, eliminar toxinas, ajudar no controle da hipertensão arterial, além de produzir substâncias que contribuem para a produção de glóbulos vermelhos e impedem a descalcificação óssea estão entre as principais funções dos rins.

A médica destaca alguns sintomas que devem servir como alerta de que os rins não estão funcionando adequadamente: edemas (inchaços) no corpo, cansaço, náuseas, vômitos e sonolência. “Minha orientação é buscar um especialista aos primeiros sinais, para que seja possível diagnosticar e iniciar o tratamento o mais brevemente possível. O acompanhamento da saúde renal é feito por meio de exames clínicos de rotina, como a medição da taxa de creatinina no sangue e o exame de urina simples. Também é muito importante estar atento a alterações de volume, cor, cheiro e quantidade de urina”, frisa a nefrologista.


Quando a pessoa apresenta função renal reduzida, a indicação é fazer hemodiálise. Por meio de um aparelho, é possível limpar e filtrar o sangue. “A hemodiálise é a terapia renal substitutiva. O paciente em diálise faz, em geral, três sessões semanais, com duração de 4 horas cada”, afirma ela. Atualmente, mais de 140 mil pacientes realizam diálise no Brasil, de acordo com dados da SBN.

“Importante ressaltar que a saúde renal pode ser afetada por outras doenças, como a hipertensão e o diabetes que, sem controle, podem causar insuficiência renal, levando à necessidade de hemodiálise e até mesmo de um transplante”, adverte a nefrologista Deise de Boni.

6 dicas para manter os rins saudáveis, segundo a especialista:

1. Manter alimentação saudável, com baixa ingestão de sal;

2. Hidratar-se bem;

3. praticar exercícios físicos com regularidade;

4. Não fumar;

5. Não utilizar medicamentos sem acompanhamento médico;

6. Dosar a sua creatinina regularmente.


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