Atriz Luciana Coutinho estreia peça "Solidão, que nada!" no Teatro Clara Nunes

Depois de ficar 4 anos afastada da sua carreira artística para cuidar do filho Lucca, Luciana Coutinho retornará aos palcos no mês de julho com o espetáculo "Solidão, Que Nada!". A peça conta a história de uma mulher de 40 anos que vive num mundo solitário e coberta de frustrações. Até que no dia do seu aniversário, ela recebe uma visita inesperada. Esse encontro acaba proporcionando momentos de risos, confusões, emoções e descobertas

Inicialmente, serão duas únicas apresentações no Teatro Clara Nunes, Shopping da Gávea, nos dias 04 e 11 de julho, às 20h. De agosto a setembro, o espetáculo estará em cartaz no Teatro Candido Mendes em Ipanema, com apresentações de sexta a domingo, às 20h.

Em entrevista, a atriz falou do atual momento e também da expectativa para voltar a pisar nos palcos. Confira!

Foram 4 anos longe dos palcos e da televisão. Você sentiu saudades ou preferiu se dedicar exclusivamente ao seu filho?

Realmente, há muitos anos estava tentando ter um filho. Aliás, quando comecei a amadurecer essa ideia, já tinha 39 anos. Tentei por quase dez anos até o Lucca nascer. Por isso, quando finalmente consegui, me dediquei exclusivamente. Depois dos 6 primeiros meses, fui voltando aos poucos. Passei a dar aula de teatro no meu projeto "Sonho Cultural", no Recreio Shopping, e voltei a produzir e a dirigir algumas peças. Após este tempo afastada dos palcos, voltei a me preparar e me dedicar para esse momento tão bacana.

Como está sendo esse retorno? Ainda dá aquele frio na barriga ou a experiência te deixou mais tranquila?

Está sendo maravilhoso! O frio na barriga, eu sinto o tempo todo. E no dia em que eu não sentir tal sensação, pode dizer que deixei de amar o teatro. Afinal, a minha paixão sempre foi o teatro. Gosto muito de televisão e cinema, mas a minha base é o palco. Sempre digo isso aos meus alunos: dediquem-se e amem o teatro! Todo o resto é uma conseqüência.

As experiências da personagem têm alguma semelhança com a história da sua vida?

A Clarice é uma mulher que vive sozinha no mundo dela. Uma pessoa solitária com seus livros. Alguém que escolheu viver dessa maneira por opção. Tudo devido a alguns conflitos do passado. Ela tem seus momentos de felicidade e lembranças da mãe. Talvez, são essas memórias que mais me aproximam da personagem, pois também já perdi minha mãe. Hoje, ensaio com as fotos dela em cena. Entretanto, há muitas diferenças entre a gente. E só quando o público assistir o espetáculo vai entender que o encontro da Clarice com a personagem Magali (Roberta Novaes) revela muitas descobertas e mistérios.

Como a Luciana lida com a solidão, as relações pessoais e os conflitos amorosos?

Já me isolei muito. Já me senti sozinha, antes de conhecer o Ricca, meu marido. Achava que não conseguiria me relacionar com alguém bacana porque as pessoas se aproximavam por interesse. Principalmente, na época que fazia a Candinha. Realmente, havia quem se aproximava apenas para desfilar e se aproveitar do meu sucesso, mas ainda assim, conheci gente que está até hoje na minha vida. Agora, sei o quanto é importante estar rodeado de amigos, ter amor pelo que se faz. Sinto que estou muito bem.

Seus papéis no Zorra Total marcaram sua carreira como comediante e também uma época da TV brasileira. Para você, como tem sido atuar abordando temas mais complexos e dramáticos? Um desafio ou uma descoberta?

Eu nem sabia que iria ser atriz. Sempre quis ser professora primária e até me formei. O que aprendi nesta época, uso hoje em dia com os meus alunos de teatro. Com certeza, essa nova personagem é bem mais intensa do que todas as outras, mas não deixa de ter sua pitada de humor. Desse jeito, tento fazer tudo de forma natural, posso dizer que é um desafio e uma descoberta. Estamos sempre nos descobrindo. Aprendo a cada minuto com a vida. Seja com o meu filho, no palco ou com os momentos bons e ruins.