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Moradores afirmam ter sido ofendidos por policiais no Borel

Eles denunciam agentes de circularem de cueca pelas dependências da UPP

Por André Luiz Coutinho em 23/11/2018 às 14:56:51

Episódio teria acontecido no último dia 18. Foto: Divulgação

Moradores da comunidade do Borel na região da Grande Tijuca, Zona Norte do Rio, estão acusando policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de ofenderem jogadoras de um torneio de futebol feminino no último domingo (18) enquanto circulavam de cueca pelas dependências do posto policial.

Um morador que não quis ser identificado afirmou que era um grupo formado por aproximadamente cinco policiais que teriam improvisado a caixa d"água como piscina na frente do posto avançado. "Era por volta de meio-dia, eles começaram a fazer churrasco e ficaram de cueca e mexendo com as meninas", afirmou.

De acordo com uma das mulheres que participavam do campeonato, que também não quis se identificar, as ofensas começaram mais ou menos na mesma hora. "Logo no início do torneio os políciais já estavam bebendo cerveja e fazendo churrasco. Eles começaram a tomar banho de cueca perto do campo, fomos lá falar com eles sobre a postura deles e começaram a gritar palavras de baixo calão para a gente", revela indignada, afirmando ter ouvido expressões como "suas sapatão" (sic), "vai caçar um macho" e "alguém que te f... bem para vocês virarem mulher de novo".

Moradores registraram escondidos os policiais durante a confraternização. Foto: Arquivo pessoal

O morador que relatou o acontecido no começo da matéria afirmou que a comunidade está indignada com a postura daqueles que deveriam fazer a segurança. "Nada contra eles fazerem o churrasco deles e tal, mas perder o respeito pelos moradores", explica o homem que revela que nem todos os policiais participavam da "festa". "Geralmente tem em torno de dez policiais, mas devia ter só metade deles envolvida".

Questionado, o comando da UPP do Borel informou que a área indicada faz parte das proximidades do alojamento do efetivo e possui um espaço que é utilizado para eventuais confraternizações, dentro da área de convivência da unidade. Não havia policiais a trabalho nas imagens captadas, mas sim militares residentes e/ou que saíam de serviço. Ainda assim, o comando vai abrir uma averiguação interna para apurar qualquer incidente envolvendo moradores no episódio.
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