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Filho de herói do título do Fla em 2009 decide campeonato em Minas

Rikelme é o caçula de Ronaldo Angelim e também joga na zaga

Por Rosaria Farage em 24/11/2018 às 02:48:39

Ronaldo Angelim abraça o filho Rikelme ao lado do técnico Robson Palácio, em Juazeiro do Norte. Foto: Arquivo de família

A penúltima rodada do Campeonato Brasileiro começa com o Flamengo ainda alimentando a esperança de ser campeão, mesmo estando a cinco pontos do líder Palmeiras. Mas a última vez que o rubro-negro carioca pode erguer uma taça da competição foi em 2009, na última partida, vencendo o Grêmio de virada no Maracanã, pelo placar de 2 a 1, com dois gols de zagueiros: David e Ronaldo Angelim.

Um outro sonho, bem mais modesto, também nasce neste sábado (24) para o filho mais novo do herói do título rubro-negro. Rikelme Angelim, com apenas 12 anos e 1,70m de altura, vai disputar sua primeira final, vestindo a camisa do Cruzeiro. A partida será na Arena Gregorão, às 8h30, pelo Campeonato Mineiro Sub 12.

Rikelme, que também é zagueiro como o pai, iniciou um trabalho de alto rendimento aos 8 anos de idade, no projeto comandado por Robson Palácio, que treina novos talentos para o futebol, no Colégio São Francisco de Assis, em Juazeiro do Norte, Ceará, onde mora a família. Desde então vem se destacando na posição e chegou a passar uma semana na Gávea fazendo testes.

Mas foi no Cruzeiro que ele passou na peneira e por isso teve que se mudar para Belo Horizonte, onde está hospedado na casa de uma família amiga de seus pais. A mãe, Ricássia de Boar, que vem acompanhando o atleta iniciante em todas as etapas, não poderá estar presente neste confronto final com o América MG porque justamente é também o dia da formatura do primogênito, de 18 anos, Ronald.

"Fiquei numa sinuca de bico", disse ela. "Rikelme está lá há dois meses e eu não tenho como largar tudo aqui para viajar. Seria a primeira vez na final, mas tem a formatura do mais velho. Eu não queria que ele fosse jogador, porque é uma vida de sacrifícios, longe da família. Mas ele é louco por futebol. É o desejo dele", conclui Ricássia, que sente porque o pai também não estará presente para assistir a primeira decisão de campeonato do filho.

Mas no Nordeste Angelim faz a sua parte. Inclusive foi homenageado este ano dando nome a Copa Cariri, com moleques da base, onde 20 equipes participaram da disputa. A competição foi em março, também em Juazeiro do Norte, e Rikelme era um dos participantes. Depois disso, o garoto só fez decolar. Também disputou a Go Cup, maior competição infantil da América Latina e foi descoberto por um olheiro do Cruzeiro. Agora tenta seguir os passos do pai, mas segundo seu treinador, tem potencial para ir ainda mais longe.

"O Rikelme estuda e faz escolinha no nosso trabalho há quatro anos. Sempre foi destaque em sua categoria e na região. Herdou a mesma vontade e disponibilidade do pai. Sempre foi motivado a ser um jogador de futebol. A humildade e a vontade de vencer são suas características mais fortes fora de campo, dentro é velocidade, bom cabeceio, boa recuperação e garra", afirma Robson Palácio, responsável pela ida do menino para o clube mineiro, onde ele acha que o jogador pode brilhar por conta própria.


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