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Servidores acusam prefeito de Mesquita de obrigá-los a fazer campanha para o irmão

Jorge Miranda é acusado de obrigar terceirizados, indicados pelos vereadores, a fazer campanha ao irmão dele, Renato Miranda, a deputado estadual

Por Anderson Madeira em 20/06/2022 às 22:55:43

Jorge Miranda, prefeito de Mesquita, com seu irmão, Renato Miranda, pré-candidato a deputado estadual pelo PL. Foto: Reprodução Rede Social

Servidores públicos municipais de Mesquita, na Baixada Fluminense, estão acusando o prefeito Jorge Miranda de obrigar terceirizados, indicados pelos vereadores, para fazer campanha ao irmão dele, Renato Miranda, ex-secretário municipal de Governança e pré-candidato a deputado estadual pelo PL, mesmo partido do governador Cláudio Castro, que tenta a reeleição. O grupo fez denúncia ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ).

Nos últimos dois anos, o prefeito abriu processos administrativos contra mais de 100 servidores da área da educação, além de ter demitido outros 17, mas criou 33 cargos comissionados no setor em 12 de maio deste ano. Todas as vagas foram preenchidas com indicados por vereadores da base governista. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe) – Núcleo Mesquita, contestou as demissões na Justiça e conseguiu, junto ao Superior Tribunal de Justiça, uma decisão que obrigava a prefeitura a readmitir os professores. Porém, esta medida não foi cumprida pelo município.

No começo de abril, Renato Miranda deixou a pasta para poder disputar o pleito de outubro, conforme determina a legislação eleitoral, sendo substituído no cargo por Fábio Bahiense. Segundo servidores, o novo mandatário tem se recusado a atender a categoria e estaria determinando que os comissionados façam campanha para o antecessor nas redes sociais.

“Estes servidores são terceirizados indicados pelos vereadores e agora estão sendo cobrados a fazer campanha para o irmão do prefeito”, denunciou um professor, que não quis se identificar por temer represálias.

No último dia 15, vários servidores da Educação receberam um convite da Secretaria Municipal de Governança que dizia o seguinte: “Na próxima segunda-feira, 20 de junho, às 18h, no galpão da Avenida São Paulo, teremos um bate papo com Renato Miranda e todos os colaboradores da Educação. Público: ASG, Aux. Creche, Ag de Pátio, Mediador, entre outros. Sua presença é de extrema importância! Importante! Todos SEM uniforme e SEM crachá”.


A queixa não é apenas dos profissionais de ensino. Na página "A Voz da Chatuba", no Facebook, um guarda municipal de Mesquita também denunciou o prefeito de obrigar os servidores a fazer campanha para o irmão.

"Uma das funções de um deputado estadual é a de fiscalizar o governador, só que Renato Miranda não cumpriu decisão judicial de reintegração dos servidores públicos demitidos da educação. Triste e lamentável sua conduta. Servidores públicos que estudaram por anos para passar em um concurso público! Anos de trabalho em Mesquita muito antes de seu irmão, Jorge Miranda, ser prefeito. Você persegue servidores públicos para colocar contratados que vão votar em você para deputado estadual! Eu, em 7 de dezembro, faria 9 anos de guarda municipal se não estivesse demitido. Deus não dorme, Renato Miranda, a lei do retorno é implacável, chega para todos, um forte abraço para todos da página”.

A Prefeitura de Mesquita não se pronunciou até o momento.

Procurado, o TRE-RJ informou que o Tribunal pode vir a julgar e, portanto, está impedido de se manifestar sobre ele. Porém, Vai encaminhar a denúncia ao juiz responsável pela propaganda eleitoral no município.


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