Durante a pandemia de Covid-19, os desafios informacionais associados à comunicação pública da ciência ganharam destaque com o aumento de circulação e conteúdos relacionados ao cotidiano, aos estudos e ao trabalho de centros de pesquisa, universidades e de cientistas. De onde vem, o que fazem, qual a função social de cientistas e da ciência? Qual a relação do trabalho de cientistas com o cotidiano e a vida das pessoas, das cidades, do meio ambiente, da saúde? É possível produzir conteúdos de comunicação sobre temas ditos áridos, complexos, abstratos de forma bem contextualizada e ao mesmo tempo lúdicos e com narrativas atraentes?
Estas e outras questões são o mote para um debate e de uma mostra com filmes sobre ciência e saúde e seus atores e ofícios que acontecem no mês de julho, numa parceria entre a VideoSaúde/Fiocruz e a Cinemateca do MAM/RJ, com apoio e participação da revista Pesquisa Fapesp. Eis o cardápio de “Ciência na tela: narrativas e desafios para contadores de histórias - Mostra VideoSaúde/Fiocruz e Cinemateca do MAM”. O debate, no dia 26 de julho, a partir das 15 horas, também integra as sessões de discussão e troca de experiências do Núcleo de Estudos Audiovisual em Saúde (Neavs/VideoSaude/Icict/
Um debate que levanta diferentes reflexões. Por que não se encontram tão facilmente cinebiografias de cientistas? Como estes desafios têm se dado para produtores de audiovisual? Vídeos e filmes se prestam para histórias sobre o mundo científico? Impõem desafios para criação de dispositivos narrativos? Como produzir conteúdos audiovisuais que associem entretenimento, memórias e história, boas estórias, dados e análises precisos, bem situados e que ainda apontem as contribuições saídas de laboratórios e projetos de pesquisa?
Os filmes programados e os dias de exibição (on line) com sinopses, mais abaixo. As produções fazem parte da Plataforma de Filmes em Acesso Aberto da VideoSaúde/Icict/Fiocruz, que conta com 160 obras sobre temas de saúde e ciência. O documentário Saúde, Velho Chico! de Stella Oswaldo Cruz Penido e Eduardo Thielen, parceria do Icict/Fiocruz e a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), abre a mostra de filmes no próximo dia 4 de julho. As produções serão exibidas no link www.vimeo.com/channels/
“Os estudos sobre divulgação científica têm ganhado musculatura nos últimos anos. De fato, são essenciais para o melhor entendimento sobre as percepções públicas e o encaixe da ciência e dos cientistas no mundo. O audiovisual e todo seu universo de símbolos, narrativas, dispositivos, imaginários criados, e o lugar de destaque que ocupa na circulação e na capilarização de conteúdos - principalmente com o mundo digital tal qual se apresenta hoje – são campos de ampla importância nesta discussão. A proposta da mostra e do debate surgiram neste contexto”, comenta Wagner de Oliveira, coordenador do Neavs da VideoSaúde/Fiocruz.
“O Cinema científico tem muitas facetas, muitas formas e discursos que nos interessa conhecer e apresentar. A divulgação científica, objetivo central desses filmes, não se opõe a experimentação estética, narrativa e a criatividade dos realizadores. A mostra “Ciência na Tela” sublinha essa perspectiva, na qual o cinema pode ser, ao mesmo tempo, pedagógico, rigoroso e um campo de reflexão sobre a linguem audiovisual em toda sua riqueza e diversidade. Neste sentido, as produções da VideoSaúde/Fiocruz são eloquentes dessas possibilidades”, assinala o coordenador da Cinemateca do MAM, José Quental.
“A importância da cultura audiovisual é sentida e experimentada a cada dia em diversos segmentos e setores da sociedade, seja por meio dos produtos da indústria cultural, de tecnologias educacionais ou das formas de sociabilidade propiciadas pelo uso da internet”, aponta a coordenadora da VideoSaúde, Daniela Muzi. A Mostra “Ciência na Tela”, de acordo com ela, representa esse reconhecimento do audiovisual “enquanto potente estratégia de comunicação para a ampliar a visibilidade da ciência junto da sociedade”.
“Ciência na tela: narrativas e desafios para contadores de histórias – Mostra VideoSaúde/Fiocruz e Cinemateca do MAM”
Debate promovido pelo Núcleo de Estudos Audiovisual em Saúde (Neavs/VideoSaude/Icict/
Dia: 26/07 - 3ª feira | Horário: 15 horas
Transmissão YouTube e Facebook do MAM Rio: Youtube: https://www.
Apresentação
José Quental, Coordenador da Cinemateca do MAM/RJ
Debatedores
- Stella Oswaldo Cruz Penido e Eduardo Thielen, diretores de Saúde, Velho Chico!;
- Maria Guimarães, editora do site e coordenadora de mídias sociais da revista Pesquisa Fapesp;
- Marina Saraiva, co-diretora de Rey, Ciência em defesa da vida;
- Tiago Carvalho, diretor de O índio cor de rosa contra a fera invisível – a peleja de Noel Nutels;
Mediação
Wagner de Oliveira, coordenador Neavs e co-diretor de Rey, Ciência em defesa da vida
Filmes disponíveis em:
www.vimeo.com/channels/
Saúde, Velho Chico!
Direção: Stella Oswaldo Cruz Penido e Eduardo Thielen;
Em 1912, os cientistas Adolpho Lutz e Astrogildo Machado realizaram uma expedição ao rio São Francisco para investigar as condições de saúde da região. Utilizando as fotografias desta expedição, pesquisadores da Fiocruz voltaram ao velho Chico para documentar as mudanças ambientais e seus reflexos na vida de seus habitantes.
www.vimeo.com/channels/
Rey, Ciência em defesa da vida
Direção: Marina Saraiva e Wagner de Oliveira
Ele foi para a Amazônia como médico. Levou jovens para conhecer a realidade do país. Foi proibido de ensinar e pesquisar pelo regime militar. Combateu as doenças da pobreza em diversos países. Orientou e formou dezenas de alunos. Escreveu livros. “Rey, ciência em defesa da vida” é um documentário sobre o legado de um brasileiro.
www.vimeo.com/channels/
Música das madeiras brasileiras
Fapesp Vídeos
Direção: Renata Druck
O biólogo Eduardo Longui, do Instituto Florestal de São Paulo, e o arquiteto e arqueteiro Daniel Lombardi buscam alternativas à madeira do pau-brasil para a construção de arcos de violoncelo e violino.
www.vimeo.com/channels/
O índio cor de rosa contra a fera invisível – a peleja de Noel Nutels
Direção: Tiago Carvalho
O sanitarista Noel Nutels percorreu o Brasil tratando da saúde de indígenas, ribeirinhos e sertanejos e filmou muitas de suas expedições. Em 1968 foi convidado a falar sobre a questão indígena à CPI do índio. Imagens inéditas do seu acervo e o único registro de sua voz se unem para denunciar o que ele chamou de massacre histórico contra as populações indígenas.
www.vimeo.com/channels/
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias