A Justiça do Rio de Janeiro determinou nova prisão do contraventor Rogério Andrade. A decisão foi do juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Especializada em Crime Organizado do Tribunal de Justiça (TJ), a pedido do Ministério Público (MP). Por determinação do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordem de prisão de Andrade tinha sido revogada na última segunda-feira (1º).
Entre os motivos da nova ordem de prisão, está a continuidade da prática delituosa de Andrade, segundo escreveu Rulière em sua decisão, bem como a influência criminosa do contraventor na corrupção de agentes de polícia.
“Há fortes e robustos elementos produzidos na investigação dando conta de que os denunciados em questão integram uma das mais antigas, estruturadas e violentas organizações criminosas em atuação no estado do Rio de Janeiro e no Brasil, a qual há décadas explora jogos de azar através de específico modus operandi [modo de agir], fundamentado em dois pilares essenciais, a saber, a corrupção de agentes públicos e a violência extrema contra opositores e concorrentes… tudo isso atrelado à institucionalização de um aparato de corrupção sistêmica das forças de segurança pública”, destacou o magistrado.
Rogério Andrade é acusado de ter chefiado o assassinato do também contraventor Fernando Iggnácio, em novembro de 2020, morto a tiros na garagem da empresa Heli-Rio Táxi Aéreo, no Recreio dos Bandeirantes. Genro de Castor de Andrade, Iggnácio foi vítima de uma emboscada após chegar de Angra dos Reis de helicóptero.
Andrade também foi alvo da Operação Calígula, de maio deste ano, em que foram presos os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém. Ele é patrono da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
Mais cedo, uma operação da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP prendeu Gustavo de Andrade, filho do contraventor Rogério de Andrade e tido como braço direito dele na organização. Segundo o MP, Gustavo e o pai estavam juntos em uma casa no Condomínio Vale do Sossego, em Itaipava, bairro nobre de Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
Gustavo de Andrade estava foragido desde a Operação Calígula.
Procurada pela Agência Brasil, a defesa de Gustavo afirmou que a prisão é ilegal e será combatida nos tribunais. Sobre o mandado de prisão de Rogério Andrade, a defesa deste ainda não se pronunciou.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre a nova prisão de Rogério de Andrade, investigado na Operação Calígula como o cabeça de um esquema que opera jogos de azar, propinas a policiais e eliminação de grupos rivais.
Fonte: Agência Brasil e Radioagência Nacional