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Rio e Baixada tiveram 777 desaparecidos forçados entre 2016 e 2020

Dados constam no "Mapeamento exploratório sobre desaparecidos e desaparecimentos forçados em municípios da Baixada Fluminense e Rio de Janeiro"

Por Portal Eu, Rio! em 23/08/2022 às 16:20:21

Foto: Divulgação

O Fórum Grita Baixada (FGB), movimento social constituído por uma rede de organizações e pessoas da sociedade civil articuladas em prol de iniciativas voltadas à promoção dos direitos humanos, da justiça e de uma política de segurança pública cidadã para a Baixada Fluminense, realizará na próxima terça-feira (30), às 16h, na página do Facebook do Fórum Grita Baixada, live sobre os resultados parciais do projeto "Mapeamento exploratório sobre desaparecidos e desaparecimentos forçados em municípios da Baixada Fluminense e Rio de Janeiro". Desenvolvido por pesquisadores da UFRRJ, em parceria com FGB, o grupo de pesquisa analisou denúncias e registros de desaparecimentos entre 2016 e 2020 e suas possíveis correlações com dinâmicas criminais na região.

A data também marca o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, instituído em 2010 pela ONU. Segundo a organização, centenas de milhares de pessoas em pelo menos 85 países, incluindo o Brasil, foram vítimas desse tipo de violência urbana e de Estado em circunstâncias que envolvem conflitos sócio-políticos ou períodos de repressão através de atos que vão desde perseguições, prisões ou detenções ilegais até sequestros, execuções sumárias, ocultação de cadáver e cemitérios clandestinos.

O projeto de pesquisa e de extensão também contemplou a realização de oficinas de arteterapia junto a um grupo de mães e familiares de vítimas de violência de Estado com enfoque nos casos de desaparecimentos envolvendo ações criminosas.

Ineditismo da abordagem e metodologia usadas

Dessa forma, o mapeamento sobre os desaparecimentos forçados na Baixada será o mais completo levantamento de dados oficiais nos últimos cinco anos (2016-2020) através dos números do Instituto de Segurança Pública (ISP) e do Disque Denúncia através das seguintes variáveis: I) Cemitério Clandestino; II) Desaparecimentos; III) Encontro de Cadáver e IV) Homicídios, V) Tráfico de Mulheres e VI) Destruição/subtração de Cadáver;

A Baixada Fluminense correspondeu a um total de 361 denúncias de desaparecimentos forçados - Belford Roxo (91), Duque de Caxias (96), Guapimirim (1), Itaguaí (23), Japeri (18), Magé (8), Mesquita (13), Nilópolis (6), Nova Iguaçu (41), Paracambi (0), Queimados (21), São João de Meriti (35), Seropédica (8) -, enquanto que na cidade do Rio de Janeiro o quantitativo foi de 417.

Os resultados preliminares da pesquisa também foram apresentados neste mês no congresso latino-americano de Sociologia no México. Em outubro, será no Encontro da Associação Nacional de Pós Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS), pela professora Nalayne Pinto (UFRRJ), uma das coordenadoras do Projeto. Tais apresentações preliminares visam a troca de experiências com outras pesquisas latino-americanas onde o tema do desaparecimento forçado vem sendo enfrentado de modo mais incisivo, inclusive pela própria sociedade civil.

Sobre a live

Para apresentar e comentar o levantamento realizado até agora, foram convidados dois integrantes da pesquisa: a professora de sociologia da UFRRJ e coordenadora do projeto, Nalayne Pinto, e Gabriel Souza, que falará sobre a discrepância dos números do ISP e do Disque-Denúncia, além do sociólogo Fabio Araujo, autor do livro "Das Técnicas de Das Técnicas de Fazer Desaparecer Corpos", uma referência no tema.

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